sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Guardiã dos sonhos




Guardiã dos sonhos,
Uma fada encantada,
Tem a missão a ela dada,
Alegrar rostos tristonhos.
Para estes pequenos sozinhos,
Criou uma lua rosa,
E nas noites silenciosa,
Recolhe os pequenos em seus braços,
Aninhando em seu regaço,
Como uma mãe afetuosa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Desabrochando





Abria-se tal qual a flor,
No desabrochar da vida,
Bela como a aurora nascida,
Sementes do mais puro amor.
Quisera que não tivesses dissabor,
Ao longo de teu caminho,
Mas assim como a flor,
Não se pode evitar a dor,
De ter na vida espinhos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Desejos




A luz de teu olhar
Minha razão de viver


Sua boca gotas de orvalho a molhar,
Desnudando a natureza,
Sublima-se assim a beleza,
A luz do teu olhar.
No verde azul deste mar,
Que embriaga o meu ser,
Qual a brisa no entardecer,
Na caricia mais profunda,
Que ao meu corpo inunda,
Minha razão de viver.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Fulano de tal




Era muito pequeno, chegava a ser franzino, a fome e os maus tratos naquele casebre sujo o impediram de crescer de forma normal igual aos meninos de sua idade.
A barriga saliente denunciava a presença de vermes que se alojavam em seu ventre e lhe consumiam as forças, embora os lábios sorrissem os olhos eram tristes e sem vida!
E foi desta maneira que ele cresceu, em meio à miséria, falta de amor, falta de pão, falta de tudo!
Ir a escola era um tormento, não conseguia entender o porquê de estar lá, eram motivo de riso e chacotas por parte dos colegas que debochavam de seus tênis furados e chinelos de dedos que deixavam a vista os pés abichados.
A única coisa boa era hora da merenda que matava sua fome e era a única refeição daquele dia.
Queria ser jogador, cantor de rap e quem sabe fazer sucesso e então seria o “senhor” fulano de tal e de fome nunca mais passaria mal.
O barraco de um só cômodo abrigava além dele mais oito irmãos, nenhum sabia quem era o pai, a mãe engravidava e deixava todos apreensivos, seria mais um a comer, menos alimento e mais choro de fome, frio e falta de tantas outras coisas.
A mãe dava um duro danado, mas diante de tanta gente o dinheiro era nada, desiludida e sem muita esperança desafogava as magoas na bebida e então agredia física e moralmente seus filhos, culpando-os pela miséria vivida, chamando o suposto pai de traste e prevendo o mesmo destino ruim do pai aos filhos.
E assim seguia a vida de meu pequeno menino que crescia em idade, mas não no corpo e em tamanho. Cedo conheceu o furto, quando por fome roubou laranjas na feira, depois começou a ser aviãozinho dos traficantes e aos doze anos teve sua primeira arma.
Sentiu-se homem e pela primeira vez entrou para o “maravilhoso” mundo das drogas e sentiu a força do poder do trafico no morro.
Em certa noite em meio a uma disputa por ponto de venda do trafico ele morreu assim como nasceu, pequeno e franzino.
Foi enterrado como indigente, será apenas mais um fulano de tal, seu corpo ninguém reclamou.
Esta prosa é em homenagem aos João, Antonio, Luiz, Pedro, e outros tantos nomes que morrem todos os dias vitimas da miséria, violência e descaso e que serão apenas mais um número nos registros sociais.


domingo, 19 de agosto de 2012

A idade do coração



Esta menina que vive dentro de mim,
Que ama o amor como ninguém jamais amou...
Sente ainda o perfume de jasmim,
Que nas páginas amareladas segredou...

No rosto o tempo abre sulcos,
Mas a alma recusa-se a entender...
Que a idade do corpo da menina,
Não pode ao coração envelhecer...

A paixão é quem aquece a vida,
Acelera, palpita o coração...
Reescreve as páginas vividas,
Acaba com a solidão...

E quando me pego aqui sonhando,
Como sonhava em menina...
A alma me da à certeza,
Que a idade do coração...
Não é o corpo que determina!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Curiango




Meu canto triste e agoureiro,
Faz-me teu companheiro...
Nas noites de solidão,
Canto ao teu coração...

Melodia triste de amor,
Deste que conhece a dor...
Pois no mundo tudo foi criado,
Com um propósito indicado...

Nas minhas noites insones,
Peço não me alucines...
Meu canto é compulsório,
Quase um apelatório...

Assim o destino quis designar...
Do caminho a muitos desviar,
Se lenda ou verdade...
Experimente quem tem coragem!