segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Saber pesar



Não quero a calma dos lagos de águas serenas,
Nem quero o revolto dos mares bravios...
Apenas sentir o navegar deste navio,
Não quero andar sem rumo pelos caminhos,
Nem quero aquele caminho retinho...
Quero descobrir o que está atrás da esquina,
Não quero viver perigosamente,
Nem fingir sentir o que não sente...
Quero apenas o sentir livremente,
Não quero ideias inculcadas...
Nem quero ser o gênio da lâmpada,
Quero apenas a sabedoria da alma...
Neste conflito entre o espírito e a sociedade,
Sigo em minha ambiguidade...
Não quero fugir a minha essência,
Nem quero ter a dita decência...
A inocência do espírito me atrai,
A do corpo, esta me trai...
Mas se somos todos carne e espírito,
Somos metade anjo e demônios..
A balança é que faz a diferença.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Convivendo com a dor



Este sol que me aquece,
Faz esquecer o que me aborrece...
São tantos ódios e invejas,
Que minha coluna de tanto pesar já  inverga...
Saio ao jardim, esqueço as dores,
Me delicio, me embriago com o colorido das flores...
A dor que me desanima,
Não é  maior que minha fé lá  em cima...
A mala é minha,
Carregar faz parte, me ensina...
Pés descalços, alma nua,
Juntar os caquinhos, reconstruir pedacinhos...
A dor não pode matar o amor,
É só mais um dia...
Olha este sol,
Me maquio com meu melhor sorriso,
E ensaio uma canção...
Aprendi que eu sou responsável pela minha emoção.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O medo usa disfarces



Este medo inconsciente,
Trancou sua mente...
Medo,
Medo de tudo,
Medo do futuro...
Medo do escuro,
Medo, Medo, Medo...
Subjugada, torturada, morta,
Sepultada viva...
Dentro de si mesma,
Quando o bicho papão,  o homem do saco, roubou sua inocência na escuridão...
Por isto este vazio, este frio, este Medooo,
O medo, sempre o medo...
A mantém acordada, apavorada,
O coração acelera, o suor inunda seu corpo, desfigura a face...
Os outros não sabem mas o medo usa disfarces.

domingo, 20 de outubro de 2019

Romance com gosto de chiclete



O que você não entende?
Que de mim não depende,
Que não sou de ninguém..
Que os dias quentes de verão ficaram do outro lado do mundo presos em outra estação,
Foi além, muito além...
Em um romance com gosto de chiclete,
Dividido em bocas jovens apaixonadas...
Com beijos de línguas entrelaçadas,
Que fez moradia uma moça  de cabelos pretos encaracolados...
Em um coração onde a noite se fez dia,
O que você não entende?
Que quando o navio apitou no cais...
A menina partiu,
Levando consigo aquele tudo mais...
E quando a lua ilumina o mar,
Esta menina de cabelos brancos de neve...
A seu amor fica entregue..
Tênis all-star, tatuagem no peito, e o gosto de chiclete no beijo.
E o que é mesmo que você não entende?

Filosofia sem pretensão


Sem pretensão,
Buscando apenas o essencial...
Encontrei um quê de especial,
Ser maluco beleza...
Coberto de gentileza,
Onde a loucura passou a ser cura...
Mas gosto desta liberdade,
De não  ter como obrigação vaidades...
Domingar de pés no chão,
Descansar sobre o colchão...
Cabelos despenteado,
Cara lavada...
Alma tranquila,
Uma saudade bandida...
Música de Nando Reis a me acompanhar,
 A taça de vinho branco a bebericar...
Que mais posso desejar,
Se nem pretensão eu tenho...

domingo, 13 de outubro de 2019

Devaneio musical

A calça jeans rasgada,
E o tênis colorido...
Contrasta com o cabelo gris,
Neste meu "Chão de giz"...
Caminho em meio a bruma,
Cabelos soltos ao vento...
Sentindo este contentamento,
Quem sabe em um cruzamento...
Aconteça nós dois, um momento,
Quem sabe um acaso...
Encontro a paixão,
Como o vento leste de devastação..
Me trás a memória, poesia, filosofia,
Assovio uma canção...
"Divina comédia humana"
Que me envolveu nesta trama,
Será uma conspiração?
Um encontro casual,
Neste devaneio musical.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

As dores do mundo em mim



Me perdoem este vazio,
Que me tira a rima...
Que por si só  desanima,
É que tenho andado tão carente...
De ver tanta gente descrente,
Que não  consigo mais fazer poesia,
Toda dia a notícia...
Crime, suicídio, depressão,
Meu coração está  nas mãos...
Você  que acha que não  deve se importar,
Que basta apenas orar...
Tente colocar -se no lugar,
Eu não sou você...
Não posso viver por você,
Mas posso ser o ouvido amigo...
O colo como abrigo,
Não consigo ficar imune...
Meu coração de poeta grita por amor,
Em um mundo repleto de dor...

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Quando deixar a razão falar mais alto que a paixão,
A vida fluirá em águas mansas e serenas...
E o coração,  ah! O coração,  este levará sempre uma pontinha de solidão.