domingo, 11 de março de 2012

A MOLDURA DE MEU OLHAR


Costumo caminhar todas as manhas a beira-mar, além de praticar exercício contemplo as belezas naturais que a paisagem me oferece.
E em um destes dias fiquei sentada em um banco apreciando o movimento de pais levando seus filhos a escola, jovens que passam rindo, namorando, brincando.
Então um riso brotou em meus lábios e lembrei que um dia já fui assim: jovem cheia de vida, de entusiasmo, com uma ânsia louca de descobrir o mundo.
Revolucionária por natureza, não aceitava os padrões da época, minha casa era pequena perto do mundo que me esperava lá fora.
E como um filme, faço uma retrocesso em minha mente, quantas lutas, quantos fracassos, vitórias, risos desmedidos ou contidos, choros abafados e por vezes convulsivos.
Passeatas, rock'n' roll, gritos de liberdade, tudo era pouco eu queria mais.
Quantas vezes quebrei a cara, quantas tive de voltar atrás, quantas dúvidas, medos e inseguranças, quanta vida explodindo dentro de mim, pedindo passagem em meio a um turbilhão de emoções.
Fico olhando estes jovens e penso: Quantos sonhos há em cada um deles? Quantos segredos guardam dentro de si? Quanto terão de cair, levantar, para que possam crescer?
Hoje com as marcas da idade em meu rosto, tenho os olhos ainda carregados de esperança e sonhos e um sorriso nos lábios que me dizem: Que a madureza dos anos me trouxe uma certeza, que só poderemos descobrir o mundo verdadeiramente quando aprendermos a descobrir a nós mesmos.
Que hoje o mundo todo cabe na moldura de meu olhar!