sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Crianças Iluminadas




Alguns dizem que somos diferentes outros que somos especiais e eu digo que sou apenas um ser humano que não nasceu com toda sua capacidade física ou mental completa, mas que com certeza trouxe segredos e mistérios que só quem os ama verdadeiramente pode desvendar.

Li no dicionário que a palavra especial quer dizer: Fora do comum, extraordinário, diferente do comum, único e fiquei pensando se somos tudo isto porque tantos nos tratam diferentes e pensam que não podemos ter uma vida social normal.

Olhe nos meus olhos e veja quanta doçura eles traduzem e quão carinhosos são meus gestos, tenho certeza que nunca vistes tanta sinceridade e simplicidade no agir, falar, brincar o que demonstra o quanto sou espontânea.

Mas não pense que sou sempre dócil tem horas que sou brava e aí só aquele carinho e um jeitinho manhoso me fazem retroceder de minha ira, mas não me acusem por trocar de humor de repente isto faz parte das minhas imperfeições.

Apesar de viver em um mundo onde a discriminação ainda existe e está estampada na face das pessoas, a oportunidade de estudar seja em uma escola normal ou especializada tem mostrado que temos uma capacidade intelectual muito grande para artes e quando uma parte nos deixa a desejar a arte entra em cena e nos faz vibrar, seja no teatro, na pintura, no atletismo, na dança e etc.

Agora vou parar de falar de mim e falar de alguém que realmente é muito especial, são nossos pais, aqueles que nos amam incondicionalmente com nossas necessidades físicas e mentais, que já atravessaram e ainda atravessam barreiras e que nunca desistem da luta.

Seus medos foram apagados a cada sorriso meu e a dificuldade que se levantava era substituída com cada passo que eu caminhava.

Minhas primeiras palavras, meus dentinhos, cada desenho rabiscado e mesmo quando tudo parecia não ter solução você estendia a mão e esta me mantinha firme e determinada.

Hoje quando perguntam a minha mãe o que é ser mãe de uma menina especial, ela sorri, olha para mim daquele jeito doce que só ela tem e diz: Sou alguém abençoada por Deus, pois só a mães especiais foi dado o dom de terem filhos especiais.

domingo, 11 de dezembro de 2011

AS DORES DO VIVER

Porque tuas dores me doem tanto?
Deixam minha alma em prantos,
E a minha mão que a tua acalenta
Não é bastante para tua boca sedenta...

Porque tudo tanta me afeta?
Do amor ao ódio tudo me desperta,
Então dá um aperto no coração...
Sou apenas um na multidão

Diante de ti sou pequeno,
Queria tanto puder mudar-te...
Tirar de ti todo o veneno

Espalhar aroma de flores,
O mal dele fazer descarte...
E todo ele ser só de amores.

Porque tens de ser assim ó MUNDO!

domingo, 13 de novembro de 2011

O QUADRO

Está vendo este quadro? Nele foi retratado o descaso e a omissão.
Fui eu mesma que pintei com pinceladas de dor que feriram meu coração.
Um idoso em um banco de praça, só, vive em sua desgraça! Aqui neste país o ""inútil" passa a ser fútil.
Quer saber quem é o menino que está de pés no chão? É apenas mais um pequeno ladrão!
E neste canto da tela, uma mulher com sua cria, retratando a maternidade, acertei? Não é só mais um inocente que chora e por leite implora! Retrato da falta de responsabilidade com quem não pediu para nascer.
Mas esta tela só tem coisas ruins? Mas nem sempre fui assim. Já pintei quadros com crianças sorrindo e ao sair nas ruas as vi sucumbindo.
Pintei o amor e vi nos olhos do homem cenas de terror, estás estranhando um quadro pintado com tanta rudeza? É o ser humano em sua triste natureza!

domingo, 6 de novembro de 2011

O TREM


O trem apitou na estação me tirando de meu torpor, todos dias ele vem para me lembrar que estou 'viva", se é que isto é viver!
Parece que já chegou a primavera, digo parece, pois há muito não vejo calendários, estações...
Os dias são todos iguais, sempre os mesmos gestos mecânicos, de quem apenas acostumou a fazer os mesmos.
Era também primavera quando te foste, os jardins estavam floridos e tudo parecia lindo, aliás tudo é lindo quando estamos apaixonados.
Lembro quando você chegou, eu molhava o jardim e atingi você com jatos d'água quando passava na calçada.
Fiquei envergonhada, pedi mil desculpas e depois rimos muito juntos e daí começou nossa amizade.
Conversávamos todos os dias, gostávamos das mesmas coisas, parecia que já nos conhecíamos a muito tempo, nos apaixonamos e eu tinha a certeza que nada iria nos separar.
Nunca perguntei de onde tinha vindo, quem era a sua família ou coisas do gênero e ele nunca falou também, nosso amor era perfeito, ninguém jamais me amou assim.
Você tocava meu corpo como se ele tivesse sido sempre seu e eu me deixava levar por esta paixão que incendiava minha alma e todo meu ser.
A realidade parecia que estava do lado de fora da porta, deixei os amigos, como sempre trabalhei em casa não precisava me afastar para ir ao trabalho, minha vida era ele, minha vida era dele.
As vezes você mencionava precisar sair mas nada que demorasse e quando retornava me amava como nunca, minutos eram motivos de saudade para nós, e eu nada desconfiava, estava cega de amor, paixão e desejo.
E veio o verão, o outono, o inverno e o amor crescia cada dia mais, com mais força e vontade e juntos vimos nosso jardim florescer e a primavera novamente chegar.
Lembramos o dia que nos conhecemos, regamos juntos o jardim e acabamos molhados fazendo amor na grama ali mesmo.
Aquela noite você me amou como nunca, nossos corpos eram um só, quando acordei pela manhã você me beijou e disse que iria ter de sair mas já voltava.
Fiquei na vidraça olhando você e pensando no quanto te amava, só que você nunca mais voltou.
Hoje já nem sei quando tempo passou e continuo aqui na mesma janela, na esperança que este trem que um dia o levou te traga de volta.
Meus olhos deixam cair uma lágrima, o trem dá o sinal de partida, mas uma vez você não veio, baixo a cabeça em desanimo e volto para velha cadeira a beira da janela.
Quem sabe amanhã, quando o trem chegar, quem sabe, quem sabe...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O preço de uma ambição






O sol espiava por trás dos montes com preguiça de nascer, o ar morno dava um aspecto cansado ao dia.
Em um pequeno quarto de hotel, amantes se desmanchavam em prazeres sem importar-se com o calor que lá fora assolava.
Na porta do casebre um menino sentado esperava a mãe em vão, lá dentro um homem com o rosto lúgubre apoiava a cabeça entre as mãos, não sei se era de abandono ou dor.
Aqui neste lugar de terra seca parece que a vida parou, a miséria é muita e o ar cheira a morte.
Em uma pequena área de terra José e seu filho Simão vivem em mais completa solidão, mas no passado este homem não era assim. Quando conheceu Ana, José era dono de uma propriedade rural com muitas benfeitoria, Ana menina bonita e de poucas condições se encantou em seguida com José, era sua oportunidade de sair daquela vida de miséria.
Logo em seguida foram morar juntos e Ana parecia feliz com sua nova vida, vivia as voltas com suas rendas, vestidos, festas e sapatos. José fazia todas suas vontades, então Ana engravidou e junto vieram os problemas, ela sentia-se desconfortável com a gravidez, reclamava o tempo todo.
José pensava que quando o bebe nascesse ela iria melhorar e então satisfazia todos seus caprichos, quando Simão nasceu tudo parecia ter voltado a sua normalidade.
Mas José não parecia feliz, passava noites em claro trancado em seu escritório e quase não falava, Ana pouco importava-se com o marido, o menino passava quase todo tempo com a babá e ela a fazer compras, sem perceber o que se passava, divertia-se a gastar o que marido ganhava.
Certa noite José chamou Ana e lhe falou de sua real situação, haviam perdido tudo, a muito sua situação financeira estava ruim e agora tinham perdido até a casa onde moravam.
Teriam de viver de forma humilde e quase sem recursos, Ana ambiciosa se recusava acreditar, chorou, se descabelou, chamou José de incompetente, velho que para nada prestava, mostrando assim a José o seu verdadeiro caráter.
Passados os dias Ana saía muito, não importando-se nem com o filho e nem com o marido que nada perguntava sobre suas saídas.
Uma manhã José encontrou um bilhete de Ana, fugira com um rico fazendeiro e dizia não poder levar Simão, pois o homem não a aceitaria com o menino. Simão hoje está crescido e faz perguntas ao pai sobre a mãe.
José fala para o menino que sua mãe viajou e um dia irá voltar, embora José saiba que ela está a poucos quilometro dali vivendo em uma bela mansão, desfrutando em quartos de hotéis de prazeres com seus amantes e a divertir-se a gastar dinheiro em festas e bebidas.
O que José não sabe é que Ana bebe muito, tem pesadelos horríveis e acorda gritando pelo nome de Simão, a quem todos pensam ser o nome de um ente querido morto, seu nervos vivem a flor da pele e seu rosto a muito envelheceu.
Quem sabe este é o preço a pagar pela sua ambição.

domingo, 23 de outubro de 2011

CIÚMES




Vou contar uma estória,
História de amor e dor...
Onde ciúme sucumbiu a memória,
Esquecendo que um dia foi amor,

Amor eterno que foi jurado,
Entre semblantes risonhos...
Corpos nus abraçados,
Noites de amor e sonhos,

Como algoz veio a distância,
Trouxe consigo desconfiança...
Causando no amor dolência,
Enfraquecendo a esperança,

Deixaram-se esmorecer,
Guardando no peito rancor...
O ciúme os fez padecer,
Anunciando desamor,

Soturnos de coração entorpecidos,
O amor que d'antes ardente...
Vela o olhar já perdido,
Ficou a lembrança somente,

Ciúme é desvario,
Beirando quase a demência...
Da vida faz escárnio
Mata o amor e desfaz a essência!