terça-feira, 25 de outubro de 2011

O preço de uma ambição






O sol espiava por trás dos montes com preguiça de nascer, o ar morno dava um aspecto cansado ao dia.
Em um pequeno quarto de hotel, amantes se desmanchavam em prazeres sem importar-se com o calor que lá fora assolava.
Na porta do casebre um menino sentado esperava a mãe em vão, lá dentro um homem com o rosto lúgubre apoiava a cabeça entre as mãos, não sei se era de abandono ou dor.
Aqui neste lugar de terra seca parece que a vida parou, a miséria é muita e o ar cheira a morte.
Em uma pequena área de terra José e seu filho Simão vivem em mais completa solidão, mas no passado este homem não era assim. Quando conheceu Ana, José era dono de uma propriedade rural com muitas benfeitoria, Ana menina bonita e de poucas condições se encantou em seguida com José, era sua oportunidade de sair daquela vida de miséria.
Logo em seguida foram morar juntos e Ana parecia feliz com sua nova vida, vivia as voltas com suas rendas, vestidos, festas e sapatos. José fazia todas suas vontades, então Ana engravidou e junto vieram os problemas, ela sentia-se desconfortável com a gravidez, reclamava o tempo todo.
José pensava que quando o bebe nascesse ela iria melhorar e então satisfazia todos seus caprichos, quando Simão nasceu tudo parecia ter voltado a sua normalidade.
Mas José não parecia feliz, passava noites em claro trancado em seu escritório e quase não falava, Ana pouco importava-se com o marido, o menino passava quase todo tempo com a babá e ela a fazer compras, sem perceber o que se passava, divertia-se a gastar o que marido ganhava.
Certa noite José chamou Ana e lhe falou de sua real situação, haviam perdido tudo, a muito sua situação financeira estava ruim e agora tinham perdido até a casa onde moravam.
Teriam de viver de forma humilde e quase sem recursos, Ana ambiciosa se recusava acreditar, chorou, se descabelou, chamou José de incompetente, velho que para nada prestava, mostrando assim a José o seu verdadeiro caráter.
Passados os dias Ana saía muito, não importando-se nem com o filho e nem com o marido que nada perguntava sobre suas saídas.
Uma manhã José encontrou um bilhete de Ana, fugira com um rico fazendeiro e dizia não poder levar Simão, pois o homem não a aceitaria com o menino. Simão hoje está crescido e faz perguntas ao pai sobre a mãe.
José fala para o menino que sua mãe viajou e um dia irá voltar, embora José saiba que ela está a poucos quilometro dali vivendo em uma bela mansão, desfrutando em quartos de hotéis de prazeres com seus amantes e a divertir-se a gastar dinheiro em festas e bebidas.
O que José não sabe é que Ana bebe muito, tem pesadelos horríveis e acorda gritando pelo nome de Simão, a quem todos pensam ser o nome de um ente querido morto, seu nervos vivem a flor da pele e seu rosto a muito envelheceu.
Quem sabe este é o preço a pagar pela sua ambição.

domingo, 23 de outubro de 2011

CIÚMES




Vou contar uma estória,
História de amor e dor...
Onde ciúme sucumbiu a memória,
Esquecendo que um dia foi amor,

Amor eterno que foi jurado,
Entre semblantes risonhos...
Corpos nus abraçados,
Noites de amor e sonhos,

Como algoz veio a distância,
Trouxe consigo desconfiança...
Causando no amor dolência,
Enfraquecendo a esperança,

Deixaram-se esmorecer,
Guardando no peito rancor...
O ciúme os fez padecer,
Anunciando desamor,

Soturnos de coração entorpecidos,
O amor que d'antes ardente...
Vela o olhar já perdido,
Ficou a lembrança somente,

Ciúme é desvario,
Beirando quase a demência...
Da vida faz escárnio
Mata o amor e desfaz a essência!