domingo, 30 de junho de 2019

A vida e morte comparada ao carrossel

Crônica
A vida e a morte, comparada ao carrossel.

A morte sempre deixa perguntas sem respostas, um mistério entre a terra e o céu, inexplicável, indecifrável.
E eu vejo a morte e a vida como um carrossel, um movimente de rotação da terra, que gira em torno de nós mesmos, com consequências atribuídas a nossas próprias escolhas.
Tal qual a folha que o vento leva e que se perde e não mais retorna, assim são os atos impensados, depois de praticados mesmo arrependidos, nada será como antes.
Livre de religiões, se crerdes de todo o coração, que o ser humano é absoluto em sua perfeição, mas imperfeito no tocante aos sentimentos, verás que todos já erraram e que sua quota já foi debitada na conta.
É como se fossemos uma balança se não contrabalançar nossas ações seremos cobrados além, então por isto comparo vida e morte ao carrossel, nossas ações nosso pagamento.
Não há ninguém a não ser nós mesmos responsáveis por nossos atos, se crê em Deus saberá que ele sempre perdoa e é misericordioso, mas não tente atribuir a Ele a culpa do que estás sofrendo.
Eu como ser humano falho que sou, estou longe de não falhar, ou querer o dedo apontar, pois o tempo nos é professor e a vida a escola de qual não podemos fugir.

Muitos hoje vivem em sofrimento a perguntarem-se:_ O que fiz a Deus para merecer isto? Examine seu coração, ninguém é julgador de ninguém, perdoe-se e comece a praticar o bem.
Jussara Rocha Souza

Um colóquio entre eu e o tempo

Puxei a cadeira do tempo, e tivemos um colóquio daqueles que não pode haver mentiras.
Falei da velhice que já se achegava, lembrei dos que partiram, coloquei em dia memórias e histórias que nem lembrava que ainda sabia.
Abri o álbum do coração e nele estavam meus pais, primos e irmãos, amigos que por aqui já passaram, que aqui ficaram e outros que o tempo levou e o coração guardou.
Realmente conversar com o senhor tempo trás muitas lembranças, sorrisos, lágrimas e aquele amor de infância, quem não teve seu primeiro amor?
Cheguei bem ao pé do ouvido e murmurei aquele segredo que foi por ele mantido, o tempo companheiro, curador de tantas dores, o tempo implacável, memorável, justificável, será?
Mas voltamos ao colóquio,  pedi ao tempo que maneirasse no frio, pois meus ossos se fazem arredio e assim como meus cabelos os campos branquearam de neve e minhas mãos já não mais escrevem.
Meu pedido feito, o tempo me olha meio contra feito, mas promete ir devagar, para que dele eu possa muita conversa ainda escutar.
Jussara Rocha Souza.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

A paixão que preciso



Nas flores do meu jardim,
Encontrei as mais belas lições...
Neste lugar lugar vivo sentidas emoções,
No desabrochar das flores, cobertas pelo branco da geada...
Me deixam boquiaberta diante de tanta graça alcançada,
O direito que ganhei de olhos ter para ver, as paisagens maravilhosas, que Ele me deu a conhecer...
Quando o sol se levanta e a passarada começa a cantar,o meu jardim se encanta e a vida começa a acordar,
Pequena diante de tanta beleza, começo a chorar, descubro neste instante que pela a natureza um poeta também pode se apaixonar.

Jussara Rocha Souza

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Seja luz


E se de repente tudo fosse escuridão,
Não existissem mais sorrisos e todos olhares fossem tristes...
O mau prevalecesse sobre o bem, e não houvesse mais flores nos jardins de ninguém,
Se o amor virasse ódio, e as guerras virassem rotina, um corpo a cada esquina...
Se a criança antes tão angelical passasse a ser um mensageiro do mal,
As árvores secas, natureza morta, a vida de forma torta...
E se o ladrão chegasse na madrugada e roubasse todos os teus sentidos e deles ficasse desprovido,
Ilumine o caminho por onde passar, espalhe calor, gentilezas,
O mundo precisa de corações abertos, olhares bondosos e sorrisos largos...
O mundo precisa de compaixão, gratidão e empatia,
Seja você a única estrela no escuro da noite, abra portas, janelas, clarabóia, deixe a claridade entrar...
Não seja o algoz de sua própria vida,
Seja luz...

terça-feira, 18 de junho de 2019

Desabrochar

O sonho acordou o instinto de menina, afligiu sua mente, agitou seu coração.
A lágrima correu na face que a mão rápida limpou como se fossem ler o que esta significava.
Era o mundo desabrochando em suas mãos, tremendo suas pernas, queimando nas noites insones de lençóis molhados.
Não se desespere não, acabas de conhecer a senhora paixão,  voluptuosa, ardente e por vezes traiçoeira.
Ainda ontem brincava de bonecas hoje vive absorta em seus devaneios, rosto de anjo com pensamentos de demônios, morre de medo que vejam em teu rosto corado o que nele se tem passado.
Mas não se recrimine, amar não é pecado, é a natureza ensaiando a mulher  no corpo de menina.

Jussara Rocha Souza.

Déboutonner


Le rêve a réveillé l'instinct d'une fille, a affolé son esprit, a remué son cœur.
La larme coula sur le visage que la main rapide éclaircit comme pour lire ce que cela voulait dire.
C’était le monde qui se déroulait entre ses mains, tremblait de ses jambes, brûlait dans les nuits blanches de draps mouillés.
Ne désespérez pas non, vous venez de rencontrer la dame passion, voluptueuse, ardente et parfois perfide.
Même hier, elle a joué avec des poupées, elle vit dans ses rêveries, elle est le visage d’un ange avec les pensées des diables, elle meurt de peur de voir dans son visage la couleur de ce qui lui est passé.

Mais ne vous reprochez pas, l'amour n'est pas un péché, c'est la nature qui répète la femme dans le corps de la fille.


Jussara Rocha Souza.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O poeta entristeceu


Desculpe a crueza da poesia,
Me despi de sonhos...
E nos versos que componho,
Hoje faltou alegria...
Creio que tudo tem um porquê,
Então não procuro explicação...
Para tudo sei há uma razão,
De repente tudo se faz escuridão...
E os prazeres da vida já não existe,
Tente, tente, por favor não desiste...
O sorriso até se esforça,
E nos lábios meio se esboça...
Mas de volta se contrai,
E a lágrima sentida lhe cai..
Desculpe minha falta de alegria,
Hoje entristeceu a poesia.

domingo, 2 de junho de 2019

Procura-se poetas



Me perguntas porque só falo de amor em minhas poesias,
Falo daquilo que o mundo já não mais vivência...
Me achas alienada, pois diante de tantas dificuldades na sociedade eu só falo de amor, sonhos e saudades,
Ah! meu amigo, compreendo as dores do dia a dia, pratico minha cidadania, me dói ver tanta carestia, por isso faço poesia...
Procura-se poetas, para espalhar flores em notas, poemetos e sonetos...
Para que esta realidade tão cruel e que também é a minha não macule meu coração e não faça do ato de amar uma exceção,
Por isso faço poesia...
Quantos de nós, poetas, com um prato vazio em sua frente encheu de sonhos o coração de tanta gente,
Por isso faço poesia...
Quando as lágrimas me descem a face e de soluçar adormeço, ela me dá um novo recomeço.
E no dia seguinte a beira do criado mudo ela está lá mais linda e sentida, minha amiga e companheira Poesia.