As vozes do silêncio

Você já ouviu o "silêncio da noite"? É aquele silêncio que grita na alma e faz pensar em atitudes dantes tomadas, é como a dor que de dia fica escondida esperando o silêncio da noite para transbordar nos olhos e deixar falar o coração.
É o sussurro da consciência que faz barulho e se nega a calar, mas há também no silêncio da noite barulhos atípicos que nos fazem recordar. Este silêncio ouvido somente por almas insones, que aflitas se consomem, almas doridas marcadas por uma desilusão, por perda de um ente querido, apenas almas em fase de construção, almas de poetas,de anjos,  peregrinos, sozinhos, apenas almas!

Haikai

Flores congeladas
Olhos sem vida
Inverno no coração

Singelismo

O sol surge entre as árvores,
Bebendo o orvalho das folhas...
Vida que nasce morna, devagar,
Como se bocejasse preguiçosamente...
Deixando para traz a fria noite!

Canção dos ausentes

Canta minha alma! Canta a canção que teu coração compôs com notas marcadas pela angústia que este amor te causou.
E que este canto que ora canta a dor dos solitários possa levar seu coração além deste peito onde os vaga- lumes são a única luz que ilumina esta alma obscurecida.
Um lamento que toca aos passantes que ouvem no assobio do vento o entoar de triste canção, como um uivo de um lobo na madrugada que exprime tudo que a linguagem não consegue dizer.
A canção dos ausentes que foi espalhada neste mundo por olhos molhados de corações vazios pela saudade de quem já se foi.
Canta minha alma! E deixe que este canto acalente tua dor!

O juramento

O arfar do peito, quase sem forças...

Diz-me que em breve irei vê-lo,

Olhar em seus olhos, tocar seus cabelos...

Porém não deixe que eu adormeça,

Antes que este momento aconteça...

Meus lábios sorriem quase adolescidos,

Lembram juras de amor d'antes vivido...

Ternamente meus braços se estendem,

Abraçam-me ao corpo docemente...

Ele chegou, o juramento foi cumprido!