quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Simplicidade

Lá eu era feliz,
Minha casa simples...
Com árvores de flores no quintal,
E pássaros em sua cantoria matinal...
Lá  eu podia cantar,
Sem ter que me importar  se alguém  ia escutar...
Eu gosto de gente humilde,
Com sorriso largo...
E com alma de esperança,
Que faça de sua casa um lar...
Sem ter que ser chique para os outros apreciar,
Lá  que eu era feliz...
Em minha simplicidade,
Onde minha única riqueza era ter felicidade!

domingo, 22 de setembro de 2019

Devaneio primaveril



Eu sei o que é sentir assim, pois a tenho experimentado todos dias,
Prefiro o silêncio da alma, que me deixar escutar você...
Estou falando da saudade, desta que conheço bem, que me toca ao ver um casal de namorado, uma cena de um filme romântico em um beijo apaixonado.
Dizem que poeta não pode falar dos próprios sentimentos, mas como ocultar este que rasga o peito de dor a todo momento.
Ah! Hoje senti teu perfume e isto me despertou os sentidos, que saudade deste teu olhar convidativo, do rouxinol no beiral que entoava melodia nos avisando que já  era dia.
Lá fora abrem-se os primeiros botões,  é a primavera que se anuncia, é minhas mãos  que  matam saudades tuas em doces poesias.
Volto para meus pensamentos, apenas o som do relógio me chama a realidade, começa  a cair a tarde...
Porém  nada disso me tira a felicidade, vivo dentro da saudade e lá você faz morada.
Venha, precisamos plantar mais flores!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Solidão



Que nome se dá, a esta tristeza no olhar,
Que só de olhar me dá tanto dó...
Que nome se dá, a esta testa enrugada, de noites acordada, que de lembrar tanta angústia, a mim  já agonia...
Que nome se dá, a estas pernas cansadas, de tanto trabalho já não conseguem mais andar, e que de ver assim acabrunhada,  lembro dos dias trabalhado e o pão que a todos teve sustentado...
Que nome se dá, a tantos que criam seus filhos com dificuldades, passam noites acordados e que de preocupação adoece o coração...
Que nome se dá, a estes mesmos que hoje habitam asilos e morrem aos poucos de solidão...
Esta lágrima no canto do olho, com um sorriso disfarça como em um esboço, com medo da visita não mais voltar... A noite esconde  o pranto doído de baixo do cobertor de ser abandonado por quem tanto amou.
Que nome se dá, quando morreu por dentro e ninguém percebeu...

sábado, 7 de setembro de 2019

Será que o diferente sou eu?



Hoje tudo ficou diferente, ou será que o diferente sempre existiu escondido dentro da mente. Questionar é importante, nos faz pensar, deixar de ser gado é essencial , mas ter respeito ao nosso semelhante isto é emocionante.
Emocionou-me o que devia ser natural, mas diante de um ser "humano" animal, afetou meu emocional.
O exagero se sobrepôs a razão, precisamos de menos guerras, deixar de enfiar goela abaixo o que não queremos mais, não há o que temer, se a nossa consciência não nos ofender, é ela que tem que caminhar conosco e se ela está tranquila porque escutar o que te aniquila.
Precisamos nos encontrar, dar as mãos a paz, precisamos salvar o mundo, eu já comecei, ensinei o meu filho a amar o próximo como a si mesmo, bom dia vizinho, desculpe irmão, precisa de que?
Ser diferente não existe, existe pessoas que pensam diferente de nós, somos seres humanos criados a semelhança de Deus, então Ele também é diferente, se há um julgador? sim, nós e nossas escolhas.
E eu escolhi amar.

domingo, 1 de setembro de 2019

A solidão de quem ficou no sertão



A tarde ia caindo, ao longe o canto dos pássaros se ouvindo, cada um buscando abrigo fugindo do perigo.
Anunciou a rádio local, a chegada em breve do temporal, aqui a chuva nunca vem e quando aparece pouco se salva do que se tem, fico a me perguntar se este lugar foi esquecido de Deus, ou será que quem o desbravou era ateu e de orar nunca entendeu.
Todos os dias pessoas vão embora, buscam outro destino lá fora, nunca mais retornam, nunca saberemos da vida tiveram melhora. Também já pensei em tudo abandonar e meu quinhão em outros pagos ir buscar, mas cadê coragem de tudo aqui pra trás deixar ficar.
O céu começa a escurecer e meu corpo parece estremecer de novo me assombra os pensamentos, lembro-me de meus pais de cada semente plantada neste chão, do sol a sol, a devastação, o calor de abrasar, a sede que mata de desidratação.
Neste lugar enterrei pai, mãe e irmãos, vi a terra florescer, também a vi secar, nunca quis casar de medo de meus filhos não ver se criar, mas quem diz que consigo desistir. Sou sertanejo e como tal corajoso, seca as lágrimas com o dorso do braço e continua a fechar portas e janelas, revive cenas tal qual novela. É a solidão de quem ficou no sertão.
O céu escurece e o barulho dos trovões estronda na pequena choça, tapa os ouvidos e espera quieta, quase não se ouve nem sua respiração, é uma oração calada ao Deus da criação.
Adormece, sem saber se vai haver amanhecer, mas aqui no sertão é assim, tudo é muito exagerado, é a seca ou é a inundação, se sobreviver continua minha luta me sentido agraciado, mas se caso neste temporal deixar de ser um ser carnal, também serei abençoado, pois de certo em um lugar onde vive um Ser de poder tão especial, deve haver água, pastagens verdejantes e os temporais não me trarão medo, então a Ti continuará a ser grato este sertanejo.

Jussara Rocha Souza