sábado, 20 de outubro de 2018

Uma xícara de café com prazer



Para quem ama aquele cafezinho, nada mais prazeroso de que uma xícara do mesmo, servido a vontade do dono.
Fiquei recordando aqui com meus botões quanta conversa foi dita ao sabor de uma xícara de café, quantas lágrimas se misturam ao líquido quente que serviam de alento naquele momento.
Lembrei de quantas unidades foi preciso diante das noites em claro de estudos, das cólicas intermináveis dos meus filhos, de quando eles saíram para as festas a noite e eu não dormia até chegarem.
Foram tantos cafés, mas na companhia da minha xícara também fiz muitos amigos, ouvi e falei de meus segredos mais profundos.
E não foi só a lua que testemunhou aquele beijo apaixonado, o café estava lá.
Foi entre goles de café que saiu meu primeiro texto e foi nele que me vi capaz, e enquanto sorvia o amargo gostinho do meu amigo café me peguei sorrindo sozinha lembrando aquele alguém, aquele abraço da noite passada.
Quando no inverno batem a minha porta para me pedirem um alimento ou seja lá o que for, eu peço um momento, dou o solicitado e lhe ofereço um copo de café quente como forma de carinho, demonstrando que aquele ser não está sozinho.
Porque cafe é também amor, dividir a mesma xícara é bom demais é quase dividir um abraço, é dizer estou aqui.
É, tomar café é muito prazeroso, se fosse contar aqui minhas histórias com o pretinho gostoso ficaria horas, dias, então te convido:
Vamos tomar um café?


domingo, 14 de outubro de 2018

Plantei uma nova semente...
Que vou regar e vai dar sombra a este meu chão,
Que minha luta não seja em vão,
Quero deixar aos meus uma nova nação...
Livre de arbitrariedades, direitos iguais,
Uma sociedade justa, sem preconceitos, sem desiguais...
Que as diferenças sejam respeitadas, e o cidadão use a única arma que conduz verdadeiramente uma nação:  A educação
 Te parece utopia, querer alegria, achar que pode ter solução?
Um país é um país e somos tão pequenos em relação a ele, mas podemos ser do tamanho do mundo se houver união.
Não seja egoísta com aquele que ainda não nasceu, não  desfrutou da democracia, eu quero meu filho livre, não quero retrocesso.
Dê educação, ensine respeito, amor e construirás uma nação à partir de teu próprio coração.
Leve sorrisos, bondade, fraternidade, faça florescer flores de todas as espécies no teu jardim interior e nunca apontarás teu dedo a teu irmão.
Sou da paz e luto por ela e paz só se constrói com Amor.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Sobre o perdão



Sobre perdão,
Como não tê-lo no coração?
Ele alivia a alma,traz calma,
Acalenta um espírito conturbado…
Mas perdoar, não significa esquecimento,
A ferida do sofrimento, o efeito que lhe causou…
E se cometesse o suicídio?
E se esta morte acontecesse em vida?
O arrependimento o traria de volta?
O perdão vem de Deus, o arrependimento verdadeiro transforma e ensina,
Aprender a perdoar não é tarefa fácil, mesmo para uma alma sensível…
Como pedir a uma mãe que perdoe ao algoz que roubou a vida de seu filho?
Este é somente um exemplo da grandiosidade deste ato,
Perdoar é preciso, para que Deus lhe devolva o sorriso…
O tempo,esse,implacável, se encarrega do tratamento.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Solidão


Tenho sentido a falta de um amigo,
De alguém para conversar…
Preciso de sorrisos como abrigo,
E também de abraçar…
Não precisa o uso de palavras,
Somente o carinho de um olhar…
De quem se importa,
E sabe o que é o amar…
Mas o que mais me dói o coração,
É que acompanhada é..
Esta minha solidão!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O existir não está no bater de um coração, ou no respirar de um pulmão
E sim no colorido dos seus pensamentos, que emanam calor as cores que proporcionam o seu viver.  
Jussara Rocha Souza

quinta-feira, 26 de abril de 2018

O quarto escuro do cérebro

Dizem que todos temos um quarto escuro no cérebro e que nele ficam guardadas na memória o que não queremos ou não devemos lembrar.
Quando criança tinha medo do escuro e quando a luz se apagava o terror noturno e solitário se instalava. Sombras tornavam-se monstros vorazes e grandiosos e qualquer ruído era causa de pavor.
Durante anos viveu a angústia de dormir no escuro, e seus pais em sua maternal ignorância ainda o assombravam com figuras dantescas como 'homem do saco", "bicho papão", o escurecer travava uma luta com seu interior e foi então que ele foi apresentado a um senhor chamado medo.
Com o passar da idade, a vida já adulta, os medos eram outros, o medo das perdas, dos amores, carreira, família, saúde, filhos, tantas responsabilidades que o mundo dos adultos trazem que no fundo só desejava que o problema fosse seu pequeno quarto escuro.
Mas como ser humano adulto aprendeu a se superar, criou uma couraça para tudo enfrentar, a vida que convenhamos não é nada fácil colocou um escudo em seus sentimentos e assim se fez forte e insensível a dor dos seus irmãos e olhe não era por mal não, afinal não podia ser pra sempre um menino.
Tudo seguia seu curso natural, um homem agindo dentro do seu mundo animal, muitas vezes apontando o dedo, julgando o que lhe acha imoral ou normal, criticando a fraqueza de quem não consegue ser fortaleza. Como não pode ? Como não consegue ? Será que não tem fé ? Será isto frescura ? Coisa de quem não tem o que fazer ? Perguntas cruéis a quem ja não resiste mais.
Hoje quando deitou teve medo e lembrou do irmão segurou a cabeça entre as mãos e chorou de emoção, aquele irmão que tem um medo instalado dentro do seu coração, que lhe impedi a ação, consome seus membros e o mata um pouco a cada dia.
Hoje sentiu medo e lembrou do irmão e doeu muito lembrar do seu sofrer, queria poder lhe tirar essa ansiedade, está angústia, e de novo lhe devolver a alegria.
Hoje sentiu medo e por fim matutou: me desculpe eu pensei que o bicho papão tinha ficado na infância, não sabia que ele tinha feito morada na sua mais profunda emoção, somos fruto da Criação, mas imperfeitos em nossa condição.
Vem, segura minha mão, vamos seguir em outra direção, abrindo uma fresta a cada novo dia até que o sol inunde de vez este quarto escuro.

Dedico está prosa a minha irmã Janete Rocha

sexta-feira, 2 de março de 2018

Ainda escuto seus soluços

Ainda escuto seus soluços, e suas dores atravessam minha alma, perco a calma e a dor me atinge como o sangue que a terra tinge.
Como não sofrer com o sofrimento de quem não pode se defender? Como não temer a quem não teme a justiça de Deus?
O que o homem trás em seu coração? A humanidade só tem trazido decepção. Em que parte se perdeu o aprendizado que diz que devemos amar uns aos outros como a nos mesmos?
Que tipo de pessoa decepa, mutila e mata um inocente? Socorro! Preciso ter esperança,
 mas como posso se ouço ainda o soluço das crianças.
O sangue manchando o coração dos pais, a vida com toda sua ira em ação, o que farão mais?
Hoje vejo porque de tantos temporais.
São tantas perguntas que me faço, me sinto em dores de parto, me despedaço  e sinceramente não sei como me refaço.
Onde está você, que não se preocupa, que não age? Vejo corpos e corpos pelo chão, crianças recrutadas com armas nas mãos, mães que embalam seus filhos mortos ao colo.
Para onde caminha a humanidade, chega por favor de tantas atrocidades, quero sorrisos, felicidade...
Te acolher em meus braços e poder e te dar meu abraço,
Te ver brincar alegremente, sem ter este medo cicatrizado em teu semblante.
Mas tudo que vejo me assusta, ainda escuto seus soluços...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A mão que afaga pode ser mesma que te apunhala


Era tarde, no cantinho de uma rua escura, um gemido se ouvia, mais parecia um gato que de fome mia. A noite se vestia de breu e  a pouca claridade vinha das estrelas no céu, inocentes foram testemunhas do mais cruel ato de desumanidade já assistida por elas.
Tenho certeza que a lua derramava lágrimas em forma de orvalho de tanta dor que sentia ao assistir tão dorido espetáculo. O sangue misturava-se ao branco de suas frágeis pernas, o semblante era uma máscara arroxeada e monstruosa de quem experimentou o horror.
Sempre estive acostumada a presenciar cenas assim, o terror anda de mãos dadas comigo, mas te confesso que até a mim a cena chocou. O dia começou a clarear e os curiosos vinham ter ao lugar, o gemido da noite anterior calou e os olhos da figura pequena para sempre se cerrou.
Naquele momento preferia ter outra profissão, mas essa era minha missão, então, eis que de repente, rompe de uma rua uma mulher transloucada, atira-se sobre o pequenino ser e chora desvairada. Sua dor me comoveu e olha que sou ateu, em minha profissão fui treinado para não ter sentimentos.
Saí de cena, para cumprir minha missão em outros lugares a qual fui recrutada, mas desde a noite anterior quando fui chamada para recolher a menina algo foi diferente, uma alma inocente, com um coraçãozinho doce e com o olhar mais puro que já vi, cumpriu seu papel neste mundo com maestria.
Quando cheguei ao local enquanto a criatura em dores ainda se contorcia, se esgueirava pelas sombras da noite um bicho horripilante que tive o desprazer de encontrar outro dia a chorar sobre o tumulo da pequena criança, com lágrimas copiosas, mostrava uma dor que não sentia. Intrigado cheguei perto dos outros convidados do funeral para ver o que descobria e vi uma mulher que sofria ao ver tamanho tormento do pobre pai que flores colocava sobre a filha que ali jazia.
Pobre menina, a mão que lhe afagou foi a mesma que aquela noite suas entranhas romperam e sua confiança apunhalou.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O P do povo do Brasil

O palhaço sobe ao palco,
Encurvado, pigarrea, tenta uma impostação...
Mas lhe falta a inspiração, o grito na garganta, o soluço a muito sufocou...
Também lhe falta a alegria tão típica do palhaço,
Todas as noites as cortinas se abrem e o espetáculo se repete...
São dores da escuridão, poesias de violência e podridão,
Mas me diz: como o palhaço pode ser feliz?
Vendo este país por um tris, a ferida pustulenta que queima e deixa cicatriz...
O que fizeram conosco? Como permitimos que nos gerassem no ventre tamanho desgosto?
Será que foi acomodação, ilusão, prostração?
São tantas mentiras, usurpação de quem sabia o que fazia, e de nós, ria e se comprazia...
Hoje o espetáculo desvendou o que as cortinas ocultavam,
Pobre palhaço, cadê tua inocência, nesta guerra de poderes te roubaram até tua decência.