segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Há de haver alguém

Tenho esperança que os girassóis sempre irão refletir a beleza do sol e que por mais espinhos que o homem plante no caminho, haverá sempre alguém que plantará flores.
Tenho esperança que a lágrima caída do rosto do menino seja de alegria, mas se ela for de dor, há de haver alguém para seca-la com amor.
Tenho esperança que o velho contador de história, não seja esquecido em um canto da memória, mas se for abandonado, há de haver alguém para um abraço apertado.
Tenho esperança que estas minhas palavras, toquem um coração quebrantado levando alento, mas se minhas palavras se perderem ao vento, há de haver alguém que as transforme em melodia de amor.
Jussara Rocha Souza

sábado, 23 de setembro de 2017

Livre para pensar

Não gosta do que escrevo?
Você diverge de meus pensamentos?
Que ótimo! Quando se discute, se cresce, você é livre para isto!
Sou contra a qualquer tipo de opressão,
A maior prisão do ser humano é o pensamento acomodado...
Que não rebate, não debate, não duvida...
Mentes controladas, apagadas, ofuscadas, silenciadas,
Tem muito de depressão, tem muito de pressão...
Não seja fantoche, tire suas próprias conclusões, a alma alimentada diariamente com sabedoria trás inquietudes, que não te deixam enganar.
Seja honesto, seja ético, mas seja livre, correntes podem matar um coração,

Quando por outro se anula, se cala ou se acomoda.
Seja livre, livre para pensar.

Jussara Rocha Souza

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Matusqueando

Pessoas passam a todo momento, estranhos, o que levam em seus pensamentos? Sempre tive curiosidade de saber o que se passa dentro de cada ser humano. Observo e fico a imaginar, quem seria cada um destes estranhos, será que desconfiam que estou a lhes observar? Será que como eu também eles tem curiosidade de saber o que passa no pensamento do outro? Ou será que a estranha sou eu? Em cada rosto que vejo passar crio um mundo, invento pensamentos, sentimentos. Cada ruga, uma história de experiências, de dor e muitas vivências. Nos mais jovens, procuro um brilho no olhar e já sinto a sensação de amar. Quantos personagens, quantas vidas a passar e o que será que carregam consigo? De repente vejo um senhor a me observar, ele abre um sorriso, acena e segue o seu caminho. Tenho certeza que assim como eu tentava adivinhar meus pensamentos. E o que será que os pensamentos dele acharam que eram os meus? Humm????? Jussara Rocha Souza

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Lenda do salso chorão

Reza a lenda, que em uma rua, frente a um avarandado paira imponente um salso chorão encantado.
Dizem que da lua o salso se enamorou, apaixonado, passava noites acordado. Deslumbrado com tamanha beleza, cortejava com olhares sua futura princesa.
Mas quis o destino que ocorresse um eclipse lunar e ao sol o salso viu a lua beijar.
Cabisbaixo e sem conseguir entender, pois só para ele, ela brilhava ao anoitecer.
Dobrou seus galhos até encontrar o chão, tamanha era a dor contida em seu coração.
Comentários de quem por tão sensível árvore passa, conta de um suspiro vindo do interior de seus galhos que lançam gotículas de água, são lágrimas de um salso apaixonado que por sua amada tem derramado.
Jussara Rocha Souza

domingo, 14 de maio de 2017

Barqueiro sonhador

...
Um barqueiro sonhador,
Que além mar...
Sai em busca do seu amor,
Faz da lua companheira...
Uma canoa encantada,
Junto as estrelas luzeiras...
Parti ao encontro da amada,
Triste, o engano seu...
Dentro de longínquo farol,
O seu amor adormeceu...
E assim raiou o sol,
E assim outro dia termina...
Novamente a noite estrelou,
No rosto da lua menina...
E dos olhos do barqueiro,
Uma triste lágrima rolou.
...
Jussara Rocha Souza

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Angústia

Aqui em um quarto de hospital,
Presencio a ação do bem  e do mal...
Gente dorida, sofrida, orgulhosa,
Gente doente, contente, amarga, infeliz...
Gente que trabalha com amor, que nunca aprende a lidar com a dor,
Gente que pisa e humilha, gente que geme e gemendo vai morrendo.
E eu fico aqui no escuro e de tudo crio um muro e deixo uma lagrima calada cair, sem ninguém ouvir.

domingo, 23 de abril de 2017

Entre nós

Entre o sonho e a realidade,
As estrelas eram meu teto...
E a lua minha companhia.

Transição

Quando meu coração deixar de ser inverno,
Talvez floresça a esperança...
E eu consiga ser novamente primavera.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Coração de poeta

Para ser poeta não precisa faculdade,
Nem tão pouco ter idade...
Poesia vem da alma,
Só precisa ter sensibilidade...
Dos sonhos fazer realidade,
E na realidade brincar de fantasia...
Nas teclas de um computador,
Ao lápis no apontador...
Transforma dor em alegria,
Amor em poesia.
Jussara Rocha Souza

Tempo

Ele o tempo, e as têmporas...
Ele o tempo fugidio,
Vai escorrendo pelas mãos...
Dos olhos então cansados,
Me deitam um olhar calado...
Para o sofrido coração.

Jussara.Rocha Souza

A dor não dura mais que uma noite.

Estes versos são meus,
E os rimo com displicência...
Saíram de uma conversa com Deus,
De um conflito travado entre Ele e eu,
Era noite e tudo estava escuro...
Até minha alma escurecia,
A dor nos torna estrangeiros...
Do nosso próprio coração,
Obstrui a consciência...
Desconhece o perdão,
Mas Deus falou mais alto...
E me fez voltar a razão.
Jussara Rocha Souza

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Convenção

Dá um aperto no peito,
Depois da aflitiva constatação...
Que o amor feito ao leito,
Não ultrapassa a ocasião...
O gozo, um orgasmo, uma estação (estado-ação),
Que no dia a dia não se sustenta...
O ego que ao amor não alimenta,
Paixão que virou 'pecado'...
Por saber que não há sentimento,
Julga, condena a si mesma...
Aceita o costume e dá a ele o nome casamento,
O que te faz continuar? O medo da solidão? Ou a idade que julgas não dá gozo à visão?
Desvia o pensamento, quer calar o coração,
Pactua com a ilusão, assume a tal convenção.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Orgulho e soberba



Era o único amor que ela conhecera, possessivo, egoísta, só pensava em si. Tinha tanta certeza do amor que o outro lhe devotava que o tratava como a um nada.
Foi durante um almoço em família que ele deu a fatídica notícia, iria embora, viver com outra. Possessa de raiva, esbravejou, gritava e quebrava tudo que via pela frente, mas ele nem ligou, virou as costas e partiu.
Abatida ela via passar os dias, mas a certeza do seu retorno para seus braços lhe esboçava um sorriso no rosto e até imaginava como iria lhe tratar na volta.
Mas os dias passaram e vieram os meses e ele não regressou, então o orgulho deu lugar a loucura, não alimentava-se, não tomava banho e não dormia.
Passava as noites a vagar pelas ruas, um machado nas costas e pés descalços, abandonou seus filhos à própria sorte e abandonou principalmente a si mesma.
Não via ou ouvia a ninguém, a não ser a voz do medo o medo do abandono.
Como em um filme de terror, tentou o suicídio na frente dos filhos e  foi salva pelos vizinhos que acudiram aos gritos desesperados.
O tempo passava e a situação só piorava e então tragicamente ela envenenou-se tomando veneno de rato, foi levada às pressas a um hospital psiquiátrico, onde médicos e familiares chamaram o marido à 'razão'. Acuado, obrigado e sem traços de compaixão, ele voltou.
Ela vive como se nada tivesse acontecido, ele carrega um peso nos ombros e a tristeza no olhar.
Já se foram quarenta anos desde que tudo aconteceu, hoje ele no leito do hospital, estende à mão em sua direção, que parada, olha e diz: Pede para sua amante. E um sorriso lhe brota no canto dos lábios.