Um dia você percebe que aos poucos estão te calando, você não tem mais voz ativa dentro de sua casa.
Não é mais importante para os outros como achava que seria.
Que quando o doente é você os outros não estão nem aí, e que ninguém deixa de fazer nada por sua causa.
Mas quero deixar claro que pouco me importo com sua opinião, que uma casa não me é importante, importa para mim o que fui para mim mesma, fazendo bem sem ver a quem, amando sem medida, sendo sempre receptiva mesmo com quem não é comigo.
E que amor, carinho, consideração não se pede, quem tem por ti te dá gratuitamente sem necessidade de pedidos.
Pois como dizia Frida Kallo: _' Se tiver que pedir não é amor!'
Quero mesmo que se foda, as convenções, os falsos moralistas, estar doente não significa não viver, pois a falta de vida te faz mais doente, te mata todos os dias aos poucos.
O que tinha que ensinar para meus filhos, os fiz através de exemplos, amor, muitos abraços, histórias e dignidade.
Hoje tenho grandes histórias a contar, reais, doídas e doidas, talvez não tenha feito tudo que quis nesta vida, mas fui feliz, amei muito, vivi e vivo sonhos, realidades e fantasia, passei muito trabalho, sem ou por escolhas.
Me superei, estudando, pintando e escrevendo, sou muito eu, fui a ovelha negra da família e talvez continue sendo, porque não vivo de convenções ou formalidades.
Ninguém me sustenta e nos piores momentos poucos me concederam um prato de comida, hoje não me falta o alimento e dele alimento outros, sou o que sou, goste quem gostar.
Sabe porque escrevi isto? Porque quero te dizer, que ninguém pode te calar, te fazer viver o que não quer, você é dona de você e tenha sempre o direito de decidir sobre tua vida.
Se tiver que morrer tenham certeza que engasgada não vai ser, quando emudecer, escrevo e se não poder escrever farei gestos, mas não me calarei.
Jussara Rocha Souza
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