domingo, 31 de maio de 2020

Não quero ser corpo
Tenho rosto
Rugas e marcas
Você olhou meus olhos?
Viu nestes minha história?
Você nada sabe
Nada percebe
Que o amor maior
É etéreo
É sublime
Pássaros cantam em meu alvorecer
E as borboletas compõem a letra mais bela
Das minhas poesias
Você entende
Que um espírito
Não pode ser medido
Que para dar certo
Precisa ser um balé único
Entre o corpo e espírito.

Jussara Rocha Souza

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Como em um balé fugaz...
Querendo roubar minha paz,
Pensamentos flutuam em um vai e vem..
Do que me convém,
Não se atrevam...
Grita meu consciente,
Venham, diz meu inconsciente...
Palavras vazias
Fazem parte do meu dia a dia
Um mundo interno
Criei para minha paz ou inferno
Sou só  em um lugar estranho
Pessoas desfilam seus "acessórios"
Sem nunca mostrar seus interiores
 Ter sentimentos é covardia
Fraqueza mostrar empatia
Este barco logo logo naufraga
Cansei de estereótipos
Minha alma tão sossegada
Só quer amar e ser amada

domingo, 17 de maio de 2020

Para Freud (1917[1915]/2006) a melancolia é uma psiconeurose narcísica. Freud (1895/1996c), afirma que o afeto que corresponde à melancolia é o luto, o desejo de recuperar algo que foi perdido. Trata-se de uma perda pulsional, da perda da libido.

Melancolia

Serei eu insana?
De querer voltar o que não pode mais existir?
Hoje me vi meio balzaquiana
Querendo recuperar
O que perdi
Se isto é narcisismo
Ou apenas cismo
Não sei
Dos sentidos
A abolição( escravidão dos sentidos)
Talvez seja solidão
A falta do escorregar da mão
Do olhar
O carinho acumpliciado
De viver o ápice do amor
Dos versos simples
Sem métricas , sem rigor
Acordei pura melancolia
De viver este amor todos os dias
Do libido sugado
Em beijos longos
Apaixonados
De céus azuis
Em corpos frebis.
Baixou a cabeça
E deixou que as lágrimas inundassem sua face
Sentia vergonha
De repente viu toda sua nudez exposta
Era a filha perfeita, a moça perfeita
Todos elogiavam sua conduta
Quantas vezes apontou o dedo
Esquecera que nada fica oculto?
Não era o ato em si que a deixava envergonhada
Era a mentira que construiu sobre si
Era ser o que nunca foi
Tinha medos sim
Tinha dores sim
Tinha vontades
Tinha tudo aquilo que achava ser errado
Mas que tanto gostava
Hoje sua nudez foi exposta
Não a nudez do corpo
Mas a da alma
Baixa a cabeça em direção ao ventre
Lágrimas descem copiosamente
Pobre menina
Que pensou enganar o mundo
E enganou a si mesma somente.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Talvez nem o amasse tanto,
Talvez nem o quisesse de verdade...
Talvez fosse crueldade,
Não querer e não deixar partir...
Mas tinha um quê de poesia em seu olhar,
Que me prende todo dia...
Que me pede para te amar,
Talvez seja obsessão...
Mas só de pensar me embriaga o coração,
Talvez amanhã seja tarde...
Mas que se dane o amanhã,
Se hoje a noite é de lua cheia...
E teu olhar para mim é um poema.
É a guerra do material e do imaterial,
Da vida contra o tempo...
Pedras e espinhos,
O andar sozinho...
Quero notícias de lá,
Saber do povo como está...
Imagino sorrisos,
Busco sentido...
Quero sair,
Ver gente...
Sorrir,
Talvez saia hoje a noite...
Pichar letras grandes nos muros da emoção,
Na solidão da madrugada,
Gritar no teu portão...
A dor da saudade que habita meu coração,

Fecho os olhos,
Adormeço com um sorriso nos lábios...
Viaja minha alma, viaja!
De repente palmas no portão...
Como é bela a imaginação.

Jussara Rocha Souza