quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Li que o termo opressão,  poderia também ser designadao como esmagado.
 Estou sendo esmagado pelo Estado.
Estou sendo esmagado pela falta de ar.

Por detrás de um oprimido sempre haverá um opressor,  seja uma nação, chefe de estado, cônjuge, doenças, vícios, religião e etc...
Todo e qualquer tipo de opressão é condenável, seja ele contra si próprio (como nos casos de vício ou doenças) ou por parte de terceiros a outrem.

Um olhar no passado

A rua escura esconde rostos que se esguiam por becos e vielas,
Nelas encontram-se os oprimidos, rejeitados, julgados e condenados...
Gente que deixou de ser gente por ter contrariado,
Por ter gritado foi calado...
Um grito, algo se mexe por segundos infinitos, um corpo cai ao chão...
Judas entregou seu irmão,
Neste caminho de opressão, muitas vezes o medo fala mais alto...
Pobre, vendeu a alma ao diabo,
Liberdade, que poder tem esta expressão, para a vida ou morte...
Azar ou sorte?
Mas quem mesmo é  o tal ser de guampas e rabo?
Está sentado em que cadeira? Em qual trono foi empossado? Quem deu a ele o poder do martelo?
Opressores tem rostos, luvas de pelica e atacam por trás de cargos, força e poder.
Oprimidos vítimas de tirania, humilhação,  que papel você desempenha  nesta nação?
Cansada me pergunto, nesta guerra de poderes, serei eu tratada como polícia ou ladrão? Será que meus pensamentos irão definir minha condição?

Nota do autor: Sou um ser humano que escreve e descreve vivências, não quer dizer que sejam as minhas. Outras são frutos de inspiração e criações poéticas, não direcionadas exatamente a fatos ou pessoas.
Pretendo continuar escrevendo sobre o que penso e acho que seja correto, sou apartidária,  ser humano em evolução e em constante observação e discussão.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Preciso colorir meu jardim(relógio do tempo)

Hoje não há borboletas, cores ou flores.
O monstro cruel ataca e desfaz sorrisos, afasta  planos futuros, a lágrima vem com tanta força que fere o olhar.
Hoje não há cor para a dor, não pode ser fantasiada, é mais forte que seu mundo encantado, onde fadas curam doenças independentes de crenças.
O monstro acordou, devorando as entranhas, dilacerando esperanças.
Virem os espelhos para a parede, eles refletem  as cicatrizes que o monstro deixou. Não deveria existir espelhos, nem relógios.
Prefiro o espelho da alma, esse me acalma.
Aos poucos o monstro adormece.
Preciso correr, tenho flores a plantar, preciso colorir meu jardim!
Jussara Rocha Souza

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Cidade fantasma



Zumbis andam de um lado para o outro, ávidos, reviram lixeiras, esmolam em sinaleiras, cada um a sua maneira.
Há muito a cidade perdeu o colorido, o alarido das compras natalinas, virou pedido de socorro de um povo acuado sem ter a quem recorrer.
 Virou cidade fantasma habitada por seres sem vidas que populão nossas ruas buscando suprir o vício das drogas,  chefes de família sem família, desempregados, desabrigados, sem teto, sem chão.
As luzes de Natal iluminam as praças a noite, com seus assaltos, pobreza, prostituição,  descaso com a população.
Em nossa cidade fantasma, somos todos invisíveis,  não há salários,  não há segurança,  hospitais fantasmas exibem mortos à sua porta, morreram esperando atendimento,  _É só mais um momento,  não há médico,  busque o posto de seu bairro, sinto muito senhora, não deu tempo.
O medo impera, quem é o estranho na esquina, só tem nove anos a menina, mas cuidado, ela pode ser armadilha. Não há amigos verdadeiros em meio a tanto desespero.
Abutres sentados em cadeiras de edis roubam até nossa última cicatriz.
Na cidade fantasma, a escola ficou vazia, os mestres sucumbiram à depressão, omissão, agressão,  falta de salários,  falta de consideração. Um lugar onde não existe professores não existe educação,  a humanidade caminha para a destruição.
Gritos, corre, corre, sangue na calçada,  burburinhos,  tinha ficha criminal? Pegou celular? Filma, filma.
A mãe chora agarrada ao corpo, uns dizem bem feito, menos um, começa uma nova discussão.  Chega a polícia,  será policial de verdade? A delegacia foi assaltada, polícia ou ladrão,  cada um com sua versão.
E eu fico a me questionar, serei eu omisso? Falhei como cidadão em meu compromisso? Qual será a solução? Política tenho aversão, decepção, corrupção,  são tantos ãos que só geram algemas em nossas mãos.
Mas preciso reavivar minha cidade fantasma, tirar do marasmo que se condicionou, não quero morrer sem opção,  precisamos acender as luzes da sabedoria e voltar a ter alegria.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Ainda há tempo



Gastamos nosso tempo procurando o sentido da vida, riquezas, amores.
Discutimos por coisas banais, ficamos de mal por política, religião e outros assuntos que fazem parte de nosso mundo atual. Sim, é saudável ter conhecimento, debater, lutar pelo o que acreditamos ser certo.
Mas até que ponto tudo isto importa diante da morte.
Descobrimos que o caminho é curto e que não há tempo suficiente para discussões quando o único tempo é o que nos resta para tentar viver e a que a melhor discussão é o bate papo com amigos e familiares e que você não terá mais.
Porque tudo muda quando a morte se aproxima, não seria melhor viver como se fossemos morrer agora? Talvez a vida fosse mais curtida, haveria menas discussões,  pretensões, condições. Haverá tempo ainda? Tu me ensina?
Haveria mais amor, mais valor à sentimentos, menos ódios,  menos tormentos, mais curas e menos doenças.
O mundo está enfermo,  geme em dores de parto, mas a população está cega, fechou seus olhos e se deixa levar como gado para o abatedouro.
Eu não faço, porque ele não faz... Eu não  sou, porque ele não é... Eu não dou, porque, por que,   porquê... São tantos porquês e tão menas ações .
Eu queria tanto te abraçar,  mas você vai dizer que pedi arrego... Queria tanto te ver, mas você vai dizer que corri atrás...Eu queria, mas, mas, mas da morte não se volta mais.
Pessoas sofrem de doenças que lhes trazem sofrimentos inenarráveis, nascem com deficiências que nos fazem pensar porque?
Não seja egoísta, você é um privilegiado, não deixe para dizer que ama quando a morte bater em sua porta.
Eu te amo como se eu fosse morrer hoje, eu te amo pra sempre, eu te amo nas dores, nos amores, nos momentos de dores, nas alegrias, tristezas, risos, choros, Te amo por amar.
Amanhã pode não haver amanhã,  ainda há tempo!

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Mistérios de vida e morte

Sombras rondam meus pensamentos,
Embora as afaste a todo momento...
O mistério da vida e morte me intriga,
Quando crianças somos consolados da morte com fantasias...
Eu cresci e vi partir pessoas que eu amava,
Então a fantasia se dissipou...
E a morte a mim se apresentou,
Trouxe cara de saudade, infelicidade e dor...
Pois, como amar aquela que levou a quem tu mais amou?
Não quero ser sinistra ou pessimista,
Tenho tentado me manter otimista...
É o processo até ela que me amedronta,
Espero que tenha errado o endereço...
Ou que tudo não passe de uma fantasia infantil.

sábado, 30 de novembro de 2019

Que o amor seja maior que nossos medos

Que o amor seja maior que nosso medo

Você está com medo de me perder?
Pois saiba que eu tenho medo de não estar aqui fisicamente com você,
Mas te perder ou me perder de você,  jamais...
Somos unidos pelo amor,
Amor fraternal, universal, único,  resistente ao tempo...
Resistente as intempéries, as dores, a morte,
Porque fomos ligados não por sangue, apesar de ser do mesmo, mas por uma força espiritual...
Que nos une e nos faz igual,
Igual em amor, carinho, compaixão, humildade...
Igual em compreensão,  que mesmo não entendendo os desígnios,  sabem que foram escolhidos,
Você caminha comigo, pela eternidade, hoje mãe e filhos...
Amanhã,  amigos, irmãos, nossa casa fica além , aqui é só a estação que marcamos para nos encontrar,
Então não tenha medo, o medo eu tenho deste mundo repleto de pessoas perversas...
Do ódio que carregam em seus corações,
Mas creio que este amor que nos une seja imbatível as forças do mal...
Quer algo mais forte para combater o inimigo que o amor maternal?
Sejamos sol nesta vida em tempos de escuridão e luz para iluminar o caminho no dia da despedida.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

"E por falar em saudade"

"E por falar em saudade..."
Lembrei de você,
Gosto de beijo gostoso...
Sabor de viver,
De juras apaixonadas...
Cara abobalhada,
De quem sabe, que é amada...
"E por falar em saudade..."
Lembrei do muro do estádio,
Beijo roubado...
Sabor de quero mais,
Esperar fica demais...
Olhos molhados,
Corpos colados...
Mensagens trocadas,
Segredos revelados...
Coração disparado,
"E por falar em saudade..."
Lembrei o caminhão da mudança,
E minha falta de esperança...
Caminhos perdidos,
Você no espelho do retrovisor...
Vi partindo meu amor,
"E por falar em saudade..."
Lembrei de você,
Desta canção...
Dançando agarradinho,
Ouvindo as batidas de teu coração...
"E por falar em saudade "
"Onde anda você? "

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Me falta inspiração,
Ao ver tanta desolação...
O sentimento está mutilado,
Cabisbaixo, caminha sem motivação...
Será que há ainda solução?
Onde foi morar a esperança,
Se não há mais sorrisos em uma criança...
Crianças com armas na mão,
Crianças robôs,  máquinas comerciais...
Crianças vendidas como animais,
Crianças tendo crianças,  vítimas de abusos sexuais...
Crianças de programa,
Crianças submetidas a arranjos nupciais...
Crianças mortas por bombas,
Morrendo de fome,  de sede...
Pedofilia, pai estrupa a filha,
Crianças submetidas a religiosos...
Pornografia infantil,
Homem do saco, bicho papão...
Ah! Quem me dera fosse imaginação,
Vivem escondidos dentro de monstros...
Chamados "gente",
Me falta inspiração,
Diante de tanta abominação...
Queria falar de girassóis,
De borboletas, jardins...
Mas hoje me foi arrancado o coração,
Pela falta de humanidade...
Deus o que fizeram com sua criação?

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Divagando pela criação



Creio que em toda criação,
Existe uma relação...
Homem, natureza, estado, condições,
Me vejo muito nas estações...
Em como me pareço a elas nas emoções,
Será?
Fico intrigada com os mistérios do ser humano...
Conjecturas?
Segredos espirituais?
Como não ficar embevecido diante de tantas belezas, de tantos enigmas...
Para os de fé criação perfeita de Deus,
Para os que não creem...
Só posso dizer: observem
Estações e pessoas são muito parecidas, frios, quentes, revoltos, calmos, florescem, murcham, morrem, agentes da natureza vivos em nós, assim como as emoções somos estações.
Hoje serei Primavera e você?

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Milagre em poesia

Ser poeta é ver acontecer milagres
Todos os dias...
Escrever poesia,
É agarrar a vida nas mãos...
É ganhar abraços de olhos com emoção
Escrever poesia,
É sentir o coração dilacerar...
Fazer a mente viajar,
É voltar a acreditar...
Escrever poesia,
É minha necessidade...
Nas letras faço minhas as tuas verdades,
Escrever poesia...
É acender o sol,
Enquanto chovia...
Tirar a tristeza,
Devolver alegria...
Mas escrever poesia,
Também é melancolia...
Saudade de quem já partiu,
De quem no trem já subiu...
Mas a saudade nos mantém próximos,
E na poesia te faço mais "nosso"...
Foi a poesia que me salvou,
Quando em um dia nublado você viajou...
Escrever poesia me devolveu o ar,
Me fez novamente respirar...
Hoje tudo se faz poesia,
Até a dor fica mais leve...
As vezes a poesia se revela em desenhos,
Tintas e pincéis...
É quando as palavras ficam presas em meus sentimentos,
Deixo a lágrima cair sobre o papel...
Misturando cores,
Um arco íris aparece...
Novamente é poesia,
E o milagre então acontece.

domingo, 10 de novembro de 2019

Estações



Sequei, tal qual árvore, agonizando,
As raízes presas, agarravam a terra...
Que solta devido a seca já não mais sustentava,
Onde buscar alimento para reviver...
Se sonhos diz não mais haver,
Se as folhas tal qual sua vida...
Murcharam e o vento levou,
Lembras da primavera?
Florida, amada, perfumada...
Assim é  a mocidade,
Em toda sua plenitude...
Em sua vivacidade
De repente o tempo implacável, 
Indelével...
Vem trazendo o outono da idade,
Começas a conhecer a madura idade...
O pratear das folhas,
O querer do que já se perdeu..
Por que entristeceu
Quando foi que aconteceu?
E as estações vão passando,
Os anos chegando...
E tal o tronco desta árvore,
O opaco dos olhos das flores...
Já não enxergam as cores,
Onde eu estava que não vi o tempo passar?
Hoje os pássaros vieram em meus galhos cantar...
E então me senti viva,
Quem sabe se começar novamente a esta terra regar...
Vejo uma nova folhinha brotar,
Desculpe inverno,
Mas descobri que posso ser todos dias primavera...
E minha alma deixar florir.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Saber pesar



Não quero a calma dos lagos de águas serenas,
Nem quero o revolto dos mares bravios...
Apenas sentir o navegar deste navio,
Não quero andar sem rumo pelos caminhos,
Nem quero aquele caminho retinho...
Quero descobrir o que está atrás da esquina,
Não quero viver perigosamente,
Nem fingir sentir o que não sente...
Quero apenas o sentir livremente,
Não quero ideias inculcadas...
Nem quero ser o gênio da lâmpada,
Quero apenas a sabedoria da alma...
Neste conflito entre o espírito e a sociedade,
Sigo em minha ambiguidade...
Não quero fugir a minha essência,
Nem quero ter a dita decência...
A inocência do espírito me atrai,
A do corpo, esta me trai...
Mas se somos todos carne e espírito,
Somos metade anjo e demônios..
A balança é que faz a diferença.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Convivendo com a dor



Este sol que me aquece,
Faz esquecer o que me aborrece...
São tantos ódios e invejas,
Que minha coluna de tanto pesar já  inverga...
Saio ao jardim, esqueço as dores,
Me delicio, me embriago com o colorido das flores...
A dor que me desanima,
Não é  maior que minha fé lá  em cima...
A mala é minha,
Carregar faz parte, me ensina...
Pés descalços, alma nua,
Juntar os caquinhos, reconstruir pedacinhos...
A dor não pode matar o amor,
É só mais um dia...
Olha este sol,
Me maquio com meu melhor sorriso,
E ensaio uma canção...
Aprendi que eu sou responsável pela minha emoção.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O medo usa disfarces



Este medo inconsciente,
Trancou sua mente...
Medo,
Medo de tudo,
Medo do futuro...
Medo do escuro,
Medo, Medo, Medo...
Subjugada, torturada, morta,
Sepultada viva...
Dentro de si mesma,
Quando o bicho papão,  o homem do saco, roubou sua inocência na escuridão...
Por isto este vazio, este frio, este Medooo,
O medo, sempre o medo...
A mantém acordada, apavorada,
O coração acelera, o suor inunda seu corpo, desfigura a face...
Os outros não sabem mas o medo usa disfarces.

domingo, 20 de outubro de 2019

Romance com gosto de chiclete



O que você não entende?
Que de mim não depende,
Que não sou de ninguém..
Que os dias quentes de verão ficaram do outro lado do mundo presos em outra estação,
Foi além, muito além...
Em um romance com gosto de chiclete,
Dividido em bocas jovens apaixonadas...
Com beijos de línguas entrelaçadas,
Que fez moradia uma moça  de cabelos pretos encaracolados...
Em um coração onde a noite se fez dia,
O que você não entende?
Que quando o navio apitou no cais...
A menina partiu,
Levando consigo aquele tudo mais...
E quando a lua ilumina o mar,
Esta menina de cabelos brancos de neve...
A seu amor fica entregue..
Tênis all-star, tatuagem no peito, e o gosto de chiclete no beijo.
E o que é mesmo que você não entende?

Filosofia sem pretensão


Sem pretensão,
Buscando apenas o essencial...
Encontrei um quê de especial,
Ser maluco beleza...
Coberto de gentileza,
Onde a loucura passou a ser cura...
Mas gosto desta liberdade,
De não  ter como obrigação vaidades...
Domingar de pés no chão,
Descansar sobre o colchão...
Cabelos despenteado,
Cara lavada...
Alma tranquila,
Uma saudade bandida...
Música de Nando Reis a me acompanhar,
 A taça de vinho branco a bebericar...
Que mais posso desejar,
Se nem pretensão eu tenho...

domingo, 13 de outubro de 2019

Devaneio musical

A calça jeans rasgada,
E o tênis colorido...
Contrasta com o cabelo gris,
Neste meu "Chão de giz"...
Caminho em meio a bruma,
Cabelos soltos ao vento...
Sentindo este contentamento,
Quem sabe em um cruzamento...
Aconteça nós dois, um momento,
Quem sabe um acaso...
Encontro a paixão,
Como o vento leste de devastação..
Me trás a memória, poesia, filosofia,
Assovio uma canção...
"Divina comédia humana"
Que me envolveu nesta trama,
Será uma conspiração?
Um encontro casual,
Neste devaneio musical.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

As dores do mundo em mim



Me perdoem este vazio,
Que me tira a rima...
Que por si só  desanima,
É que tenho andado tão carente...
De ver tanta gente descrente,
Que não  consigo mais fazer poesia,
Toda dia a notícia...
Crime, suicídio, depressão,
Meu coração está  nas mãos...
Você  que acha que não  deve se importar,
Que basta apenas orar...
Tente colocar -se no lugar,
Eu não sou você...
Não posso viver por você,
Mas posso ser o ouvido amigo...
O colo como abrigo,
Não consigo ficar imune...
Meu coração de poeta grita por amor,
Em um mundo repleto de dor...

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Quando deixar a razão falar mais alto que a paixão,
A vida fluirá em águas mansas e serenas...
E o coração,  ah! O coração,  este levará sempre uma pontinha de solidão.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Simplicidade

Lá eu era feliz,
Minha casa simples...
Com árvores de flores no quintal,
E pássaros em sua cantoria matinal...
Lá  eu podia cantar,
Sem ter que me importar  se alguém  ia escutar...
Eu gosto de gente humilde,
Com sorriso largo...
E com alma de esperança,
Que faça de sua casa um lar...
Sem ter que ser chique para os outros apreciar,
Lá  que eu era feliz...
Em minha simplicidade,
Onde minha única riqueza era ter felicidade!

domingo, 22 de setembro de 2019

Devaneio primaveril



Eu sei o que é sentir assim, pois a tenho experimentado todos dias,
Prefiro o silêncio da alma, que me deixar escutar você...
Estou falando da saudade, desta que conheço bem, que me toca ao ver um casal de namorado, uma cena de um filme romântico em um beijo apaixonado.
Dizem que poeta não pode falar dos próprios sentimentos, mas como ocultar este que rasga o peito de dor a todo momento.
Ah! Hoje senti teu perfume e isto me despertou os sentidos, que saudade deste teu olhar convidativo, do rouxinol no beiral que entoava melodia nos avisando que já  era dia.
Lá fora abrem-se os primeiros botões,  é a primavera que se anuncia, é minhas mãos  que  matam saudades tuas em doces poesias.
Volto para meus pensamentos, apenas o som do relógio me chama a realidade, começa  a cair a tarde...
Porém  nada disso me tira a felicidade, vivo dentro da saudade e lá você faz morada.
Venha, precisamos plantar mais flores!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Solidão



Que nome se dá, a esta tristeza no olhar,
Que só de olhar me dá tanto dó...
Que nome se dá, a esta testa enrugada, de noites acordada, que de lembrar tanta angústia, a mim  já agonia...
Que nome se dá, a estas pernas cansadas, de tanto trabalho já não conseguem mais andar, e que de ver assim acabrunhada,  lembro dos dias trabalhado e o pão que a todos teve sustentado...
Que nome se dá, a tantos que criam seus filhos com dificuldades, passam noites acordados e que de preocupação adoece o coração...
Que nome se dá, a estes mesmos que hoje habitam asilos e morrem aos poucos de solidão...
Esta lágrima no canto do olho, com um sorriso disfarça como em um esboço, com medo da visita não mais voltar... A noite esconde  o pranto doído de baixo do cobertor de ser abandonado por quem tanto amou.
Que nome se dá, quando morreu por dentro e ninguém percebeu...

sábado, 7 de setembro de 2019

Será que o diferente sou eu?



Hoje tudo ficou diferente, ou será que o diferente sempre existiu escondido dentro da mente. Questionar é importante, nos faz pensar, deixar de ser gado é essencial , mas ter respeito ao nosso semelhante isto é emocionante.
Emocionou-me o que devia ser natural, mas diante de um ser "humano" animal, afetou meu emocional.
O exagero se sobrepôs a razão, precisamos de menos guerras, deixar de enfiar goela abaixo o que não queremos mais, não há o que temer, se a nossa consciência não nos ofender, é ela que tem que caminhar conosco e se ela está tranquila porque escutar o que te aniquila.
Precisamos nos encontrar, dar as mãos a paz, precisamos salvar o mundo, eu já comecei, ensinei o meu filho a amar o próximo como a si mesmo, bom dia vizinho, desculpe irmão, precisa de que?
Ser diferente não existe, existe pessoas que pensam diferente de nós, somos seres humanos criados a semelhança de Deus, então Ele também é diferente, se há um julgador? sim, nós e nossas escolhas.
E eu escolhi amar.

domingo, 1 de setembro de 2019

A solidão de quem ficou no sertão



A tarde ia caindo, ao longe o canto dos pássaros se ouvindo, cada um buscando abrigo fugindo do perigo.
Anunciou a rádio local, a chegada em breve do temporal, aqui a chuva nunca vem e quando aparece pouco se salva do que se tem, fico a me perguntar se este lugar foi esquecido de Deus, ou será que quem o desbravou era ateu e de orar nunca entendeu.
Todos os dias pessoas vão embora, buscam outro destino lá fora, nunca mais retornam, nunca saberemos da vida tiveram melhora. Também já pensei em tudo abandonar e meu quinhão em outros pagos ir buscar, mas cadê coragem de tudo aqui pra trás deixar ficar.
O céu começa a escurecer e meu corpo parece estremecer de novo me assombra os pensamentos, lembro-me de meus pais de cada semente plantada neste chão, do sol a sol, a devastação, o calor de abrasar, a sede que mata de desidratação.
Neste lugar enterrei pai, mãe e irmãos, vi a terra florescer, também a vi secar, nunca quis casar de medo de meus filhos não ver se criar, mas quem diz que consigo desistir. Sou sertanejo e como tal corajoso, seca as lágrimas com o dorso do braço e continua a fechar portas e janelas, revive cenas tal qual novela. É a solidão de quem ficou no sertão.
O céu escurece e o barulho dos trovões estronda na pequena choça, tapa os ouvidos e espera quieta, quase não se ouve nem sua respiração, é uma oração calada ao Deus da criação.
Adormece, sem saber se vai haver amanhecer, mas aqui no sertão é assim, tudo é muito exagerado, é a seca ou é a inundação, se sobreviver continua minha luta me sentido agraciado, mas se caso neste temporal deixar de ser um ser carnal, também serei abençoado, pois de certo em um lugar onde vive um Ser de poder tão especial, deve haver água, pastagens verdejantes e os temporais não me trarão medo, então a Ti continuará a ser grato este sertanejo.

Jussara Rocha Souza

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Vagalume


Sou tão pequeno,
Diante de tanto veneno...
Tenho visto vidas acabar,
Mesmo antes de começar...
Mas tenho que acreditar
Ainda há esperança,
Mesmo que tudo pareça desesperança...
Caminhar por entre pedras,
Sabedoria a nós agrega...
Sei que parece difícil,
Na dor tudo fica sem cor...
Até o azul deixa de ser anil,
E o céu escurece durante o dia...
Mas coloca um pouquinho de alegria,
O mínimo é o começo do muito...
Quem sabe o sol apareça na janela,
E traga cor a esta aquarela...
Mas se mesmo assim o dia ainda nublar,
Te convido a orar...
Se precisar de um amigo,
Conte sempre comigo...
Serei como um vagalume,
A iluminar tua estrada com meu lume.

sábado, 24 de agosto de 2019

Um grito na escuridão



Eu não menti,
Realmente estava doente...
Doente da alma,
Que rouba assim minha calma..
Eu não menti,
Quando dizia,
Que meu peito doía...
Me faltava o ar,
Que de tanta angústia...
Achava que morria,
Eu não menti...
Quando assustada,
Tive medo da morte...
Medo de tudo,
Medo do medo...
De não me reconhecer,
Eu não menti...
Quando na solidão,
Abandonei a vida neste colchão...
O frasco caído ao chão,
O grito na escuridão...
Parou de vez meu coração.

Nota do autor: Vamos olhar com mais cuidado para quem está em depressão, amanhã pode não existir.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Eterno


Ah!, se tu estivesse aqui...
Esta lágrima não estaria na minha face,
E tão pouco precisaria usar este disfarce..
O dia nasceu com gosto de saudade,
Gosto de gente, de felicidade...
De tudo aquilo que é prazeroso,
Quando se ama com gozo...
Ah, se tu estivesse aqui,
Neste vinte de agosto
O café seria mais gostoso...
O despertar muito mais caloroso,
Teria cheiro de vida...
Do amar sem medida,
Ah, se tu estivesses aqui...
O beijo seria quente,
Gravado com risos na mente...
Daquele jeito abobalhado,
Que só os apaixonados sabem...
Há várias formas de amor,
Mas só o verdadeiro tem este sabor...
Sabor de eternidade, um coração apertado de saudade,
E quando te descrevo, nas letras que aqui escrevo...
Posso sentir tua presença,
Acarinhando minha cabeça...
Olho para o infinito,
E minha dor interna grita...
Abafada pela realidade que a vida me impõe,
Sou impotente diante da morte...
De certo aí tem um jardim bonito...
De onde ficas a me espiar,
Enviando raios de sol...
Para minhas lágrimas secar,
Afinal este amor que é tão meu...
Invisível aos olhos seus,
Indizível para descrever...
Eterno para meu ser.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

sábado, 17 de agosto de 2019

Matutando



Fico aqui pensando com meus botões,
E olha que já passei muitos verões...
Tem tanta coisa linda nesta vida,
E tanta gente desiludida...
Penso que alguma coisa se perdeu,
Será falta de Deus?
Lutas fazem parte do crescimento...
Para toda massa precisa fermento,
A miséria é crescente...
Deixa o ser descrente,
A dor da humilhação...
Tem tirado a vida do cidadão,
Será falta de amor?
Passo nas ruas e vejo pessoas ao relento,
O teto estrelado dos poetas...
Faz tão lindo retrato,
Na realidade falta poesia...
Falta pão, falta alegria,
É assalto a mão armada,
Bandido criança...
Falta de esperança,
São tantos verões...
E tantas versões,
Notícias, políticas, religiões, corrupções...
E eu aqui com meus botões,
Matutando...
Será que ainda tem solução?
Quando vejo tanta gente caída ao chão.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

É preciso perdoar




Preciso deixar as bagagens,
Que carreguei durante a viagem...
Hoje reconheço o preço que me custaram,
E que de nada me adiantaram...
Muitas delas nem eram minhas,
Era tanto peso para alguém sozinha...
Culpas pesam demais,
Mágoas só dor me trás...
Hoje as costas encurvada,
Mas com a alma aliviada...
Me perdoar é o começo,
Para um novo recomeço.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Serei luz


As folhas estavam cobertas dos pingos de orvalho,
A noite foi fria...
O amanhecer com seus raios de sol as bebeu lentamente deixando verdes e viscosas,
Assim comparo as noites tristes e repletas de saudade,
Onde o orvalho molha meus olhos no escuro do meu quarto...
A noite foi fria,
O dia começa a raiar...
O sol vem beber minhas lágrimas,
Tal qual as folhas, boto sorriso no rosto...
Verde e viscosa, me visto de luz!

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Despedida


Me despeço, com olhos de saudade antes mesmo da partida,
Por aqui deixei pedaços meus e que comigo levarei os teus...
Cada parte deste lugar, paredes, flores, até o ar está impregnado no meu cultivar,
Aqui sepultei dores e ilusões, vi pessoas partirem, outras chegarem e com lágrimas muitas vezes meu jardim reguei...
Mas tive o céu por testemunha e noite estreladas, neste meu quintal muita poesia foi gerada,
Aqui vivi muitas emoções, sorri, cantei, embalei muitos corações...
Sequei lágrimas, chorei de tanto rir, aqui quase morri, segredos contados ao pé do ouvido guardados nos troncos caiados,
Cada parede com sua história escreveu por aqui minha trajetória...
Hoje me despeço e lhe agradeço pelos anos de abrigo, uma casa aconchegante é como um bom amigo,
A partir de hoje serão novos versos, outros poemas, outros cantares...
Sejamos luz em nossos novo universo!

terça-feira, 30 de julho de 2019

Ser livre é muito "soda" (parte dois)

Ser livre é muito "soda"(parte dois)

E sobre liberdade,
Nada tem a ver com estar acompanhada...
Não quero ser estereotipada,
Ter a mente aprisionada...
Liberdade está na alma,
No voar do intelecto...
Metamorfo do obsoleto,
Liberdade é alegria...
De dividir palavras no dia a dia,
Poderia ter meu corpo em grades...
E asas em meu coração...
Liberdade rima comigo, contigo e com todos os cidadãos,
Podemos dividir a casa, a cama, o espaço...
Podemos dividir risos, sonhos e abraços,
Repartir conhecimento, é essencial e gratificante...
Mas minha liberdade, esta construí ao longo da estrada,
Não aceita retrocesso, algemas ou prisões...
Há muito quebrei grilhões,
Então veja bem...
Só ou acompanhada, ser livre é muito " soda"!

Nota do autor: Ontem quando escrevi sobre"ser livre é muito "soda", leitores me comentaram sobre ter alguém e ser livre, aí está meu poema sobre o assunto.)

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Ser livre é muito "soda"

O que é ser livre,
É este vento no rosto que bate com gosto...
É este sorriso na cara que a boca escancara,
O que é ser livre,
Uma consciência tranquila mesmo que tenha tomado tequila...
O amor feito sem pudor,
O que é ser livre,
Ter certeza que nada me dá certeza...
Que questionar pode de mentiras me livrar,
O que é ser livre,
Dizer o que pensa, sem ser com maledicência...
Respeitar o próximo, pois eu posso ser o próximo,
O que é ser livre,
Pensar o que quiser sem me questionar...
É nos pensamentos que vivi meus melhores momentos,
O que é ser livre,
No meu entendimento, ser o que sou, cara lavada, rock paulada...
Chorar até a blusa molhar, rir até cair,
Querer dormir de conchinha, com alguém nas conchina, em meio a "guerra"do Vietnã...
E pra quem diz que liberdade não rima com responsabilidade, está errado, ser livre é muito " soda",
Felicidade não tem idade, tem ruga no rosto, cabelo grisalho e muito vontade de se apaixonar...
E se você quiser discordar, discorde, você é livre e eu também!

domingo, 21 de julho de 2019

Pois haja gavetas para guardar tanta saudade

Na cômoda da vida,
Guardei lembranças vividas...
Algumas gavetas deixei entreabertas,
Mas outras de tanta dor, deixei secreta...

Uma canção te trouxe volta,
E as gavetas foram de novo abertas...
Eram tantas fotografias,
Teu corpo em cada grafia...

As palavras tinham rosto,
E teu cheiro venho com gosto...
Gosto de prazer e vinho,
Degustado com sedução e carinho...

Do amor feito com jeito,
Jeito de amor perfeito...
Daqueles que só os amantes sabem,
Que arrepia a pele de saudade...

A velha cômoda já não suporta,
Guardar tantas folhas mortas...
Preciso esvaziar as gavetas,
Deixar voar as borboletas...

Pois haja gavetas para guardar tanta saudade









domingo, 14 de julho de 2019

Dormindo com o inimigo

Mini conto:

Era assim todos os dias, as lágrimas corriam a face, mas depois pensava: Deve ser assim mesmo e continuava seu dia.
Foi preparada desde cedo para o casamento, se perdesse a virgindade antes de casar ninguém mais iria querer você, segundo seus pais.
Ultimamente vem tendo uns pensamentos diferentes, mas cruz credo duvidar do que o religioso falou, só de pensar me dá medo.
Dobrava os joelhos e começava a orar, mas no meio da oração a cena lhe vinha à mente e começava a chorar, tenho que esquecer, tudo sempre ocorreu assim e assim deve ser.
Foi lendo uma reportagem que viu que suas ideias não eram absurdas, tinha uma razão de ser, tinha casado virgem, depois veio os filhos, tudo muito doído, nunca entendido, sua mãe dizia que não tinha que entender tinha que dar graças a Deus a vida que tinha.
E a vida foi passando, os cabelos grisalhos já aparecendo e a revolta só crescia no coração, o marido na idade do lobo, já não lhe prestava atenção, vivia espichando o olho nas meninas mais novas da redondeza.
Mas o religioso disse que homem é assim mesmo, ele trabalha, lhe dá tudo, fique cega, muda, lhe dizia a mãe.
Foi em uma sexta feira, foram à igreja, ela já sabia o que lhe esperava, então se preparou, seria hoje. Um grito cortou o silêncio da noite, ela contemplava o marido ensanguentado com um riso estranho nos lábios.
Levada sobre os olhos incrédulos de seus pais parecia não ver ninguém, na delegacia perguntaram o porquê de ter matado seu marido, ela disse: Uma vida inteira fui estuprada, achando que aquilo era normal, me queixei na minha igreja, o religioso disse que a mulher tem obrigação de servir sexualmente seu esposo, me queixei a minha mãe e ela me mandou ficar cega muda e surda.
Duvidei cada dia da minha vida que aquilo era o certo, mas minha religião não me permitia duvidar, não culpo minha mãe hoje sei que ela deve passar o mesmo que eu, Eu deitava e ele me possuía de todas as maneiras, eu as vezes dizia estar doente, mas ele não ouvia, eu fingia dormir e nada adiantava, não havia carinhos, beijos, no começo pensei ser normal, mas depois vi que ele não me respeitava, não respeitava meu corpo.
Sei que hoje vão dizer que estou endemoniada, mas o demônio eram eles, que me subjugaram em nome de um deus que hoje sei não era meu.
Falam tanto em estupro, acautele-se, o inimigo pode ser aquele que dorme contigo, o seu próprio marido.

sábado, 13 de julho de 2019

Enlouqueci

Enlouqueci

Ouvi dizer que somos todos um pouco escravo,
Seja da vida, seja do coração...
Minha liberdade firmei com letras em minha composição...
Minha alma embora presa a um corpo, pela sociedade,
Não consegue aprisionar meus pensamentos, minhas verdades...
Me desnudo em palavras, sem medo de restrições, assino de minha lavra,
Assumo o que o corpo aprisionado já não diz, mas quando pego a caneta e meus dedos deslizam sobre o papel, vou da terra aos céus...
Livre do cativeiro mental, sem deveres social, me nego a ser como os outros, quero mais que um rosto,
Preciso de conteúdo, não me atenho ao miúdo, a leitura me corrompeu, hoje já não sou mais eu..
Da vida todo conhecimento é pouco, talvez vocês achem louco,
Mas nunca fui tão feliz como depois que enlouqueci!

Enlouqueci

J'ai entendu dire que nous sommes tous un petit esclave,
Sois de vie, sois de coeur ...
Ma liberté j'ai signé avec des lettres dans ma composition ...
Mon âme, bien qu'attachée à un corps, par la société,
Je ne peux pas emprisonner mes pensées, mes vérités ...
Je me déshabille en mots, sans crainte de contrainte, je signe mon engagement,
J'assume ce que le corps emprisonné ne dit plus, mais quand je prends le st
ylo et que mes doigts glissent sur le papier, je vais de la terre au ciel ...
Libre de tout lien mental, sans devoirs sociaux, je refuse d'être comme les autres, je veux plus qu'un visage,
J'ai besoin de contenu, ne m'accroche pas au gamin, la lecture m'a corrompue, aujourd'hui je ne suis plus moi ..
De la vie toute la connaissance est petite, peut-être que vous la trouvez folle,
Mais je n'ai jamais été aussi heureux qu'après être devenu fou!

Sinto-me covarde



Deus perdoe minha covardia,
Diante das dores do dia a dia...
Pois elas me foram tantas,
Que hoje meu coração já não descansa...
Perdoe meu medo de perder,
Meu medo de Te esquecer...
Este medo não tive em vão,
Foi de ver embarcar quem tanto amava no vagão...
E quando os trilhos da vida os levou,
Cheguei a conclusão que nada sou...
Perdoe Deus minha covardia,
De tanto tentar ser forte...
De lutar contra a sorte,
De achar que aguentar tudo podia...
De sofrer com um sorriso de alegria,
Perdoe Senhor minha covardia...
Se hoje já não consigo,
Atravessar o mundo para salvar o amigo...
Minhas emoções, enfraqueceram meu coração,
Perdoe Senhor não conseguir deixar de sentir...
E assim sem querer me agredir,
Continuarei minha missão.

Tempos modernos

Em tempos modernos,
Não preciso usar "ternos"...
Posso expressar meu pensamento,
Sem ressentimento...
Em uma sociedade democrática,
Não terei medo de repressão...
Tenho liberdade de expressão,
Mas será que isto acontece?
Quando vejo jornalista afastado de sua função,
Gente forçada a pedir demissão...
Infarto por tristeza no coração,
Morte por omissão...
Não é omissão de socorro,
Esta também ocorre...
É omissão dos poderosos,
Que por dinheiro nega suas convicções...
A repressão começa a matar,
Vem disfarçada de liberdade...
Colocando goela a baixo sua " verdade",
Tempos modernos...
Não preciso usar "terno",
Será?





quarta-feira, 10 de julho de 2019

Bate papo entre amigos


A morte e a vida andam de mãos dadas,
Cada uma em sua estrada.
De repente em um cruzamento,
Nada existe, é como vento...
Uma lufada e vira nada,
Portanto meu amigo...
Vem fique comigo,
Vamos dividir vida,
Carinho e amizade...
Nada mais bonito,
Que um dia colorido...
Bate papo, chimarrão,
Aperto de mãos...
Quem sabe aquele abraço,
Hoje seja a salvação.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Quando a canção tocar

Quando a canção tocar
Quando a tarde termina e a noite calma se aproxima,
Minha voz vai te buscar em suave melodia, um canto triste de saudade de quem o amor roubou seu coração um dia,
Deixo minha alma vagar e assim atravesso o infinito como em um conto bonito entramos em sintonia,
Bailamos  e então matamos nossa saudade mesmo que seja em minhas fantasias, mas me diga, não é de fantasias que é feita a poesia? De belas e doces fantasias criadas dentro de um ser apaixonado, repleto de emoção...
A lua já vai alta e a melodia já está a terminar, tu me olhas como a pedir, vem, fica comigo, amanhã, quem sabe amanhã, outra canção nos fará encontrar,
Agora tenho que voltar, o rouxinol já começa a cantar....

sábado, 6 de julho de 2019

A solidão dos esquecidos



A lua invadiu a sala e iluminou a face enrugada, esteve sentadas horas a fio 
sem ser notado, tal qual um ser invisível sobrevive ao insensível.
A muito perdeu noção de dias e horas, apenas come e bebe o pouco que lhe dá sem se importar com o paladar, passam correndo pela sala, dão risadas, conversam entre si e ele ali sem ninguém o notar. Será que morri? Não estão a me enxergar?
De repente o bebê passa engatinhando e se agarra a seus pés, que de tanto tempo parado já congelam e adormece, a nora corre e o retira rápido de perto, será que tenho algo contagioso e ninguém me contou?
Lembro-me dos meus meninos, amavam ficar agarrados aos meus pés enquanto lhes contava histórias hoje nem os vejo, acho que devem estar muito ocupados com seus compromissos, suas famílias.
Quando minha esposa morreu, eu sabia que em breve alguém iria sugerir um pensionato, uma clinica e já fui me preparando, nunca dependi de ninguém ate que comecei a esquecer das coisas, e então fui esquecendo o meu presente e eles também me esqueceram. Aos poucos os beijos escassearam, as visitas sumiram as consultas ao médico diminuíram e eu me vi sozinho.
Quando as recordações vem me sinto pior, pois me lembro de tudo e vejo que fui esquecido, que saudade de um abraço, dos amigos, dos netos, da alegria dos domingos.
Mas logo tudo se vai, e como em um passe de mágica já nem sei quem sou hoje está muito frio, está tudo escuro, a casa silenciou ninguém veio me levar para cama, de repente vejo minha esposa linda a me olhar sorridente, sei não estarei mais sozinho.
Uma lágrima escorre no canto dos olhos e a cabeça cai, morreu só, com a lua por testemunha.
Prosa em homenagem a meus pais que hoje já não estão mais aqui, minha mãe hoje faz três anos do seu falecimento.
Muitos esquecem seus pais, eu cuidei minha mãe até morrer.

Crônica: Inversão de valores

Hoje li em um comentário de um radialista que falava sobre pedidos de soltura de um criminoso acusado de vários abusos sexuais. E fiquei matutando como o ser humano está se desconstruindo, parece que apagou de dentro de si sentimentos de amor, apertou o botão e deletou a empatia, caráter, família.
Como posso pedir a soltura de alguém que violou a intimidade, a alma, a vida de outro ser humano, e olho ao meu redor e pergunto, onde se perdeu o homem, em que momento os valores foram esquecidos.
Venderam sua alma pelo dinheiro, cargos, corrupção, o que está por detrás de tanta frieza, dizem que a justiça é cega e seus juízes serão? E nós quanto povo, que vive lutando por seu ganha pão, para criar filhos dignos, concordamos com tamanha aberração?
Não consigo me conter, sou contra a qualquer ato abusivo, seja ele pessoal ou no tocante a população.
Maior que o corrupto, que o que julga, prende, liberta, é a mente que se deixou aprisionar em defender o errado em troca de favores, quando te vendes passas a não ter mais valor.
Vamos doar em vez de vender, doar amor, empatia, perdão, amizade, humildade, não se venda a propagandas, modinhas, lavagem da mente, dinheiro, não venda sua dignidade, você vale o que tem no coração.
Lembrem se nada fica impune, não perca aquilo em que você acredita, nada vale mais do que uma consciência tranquila.


domingo, 30 de junho de 2019

A vida e morte comparada ao carrossel

Crônica
A vida e a morte, comparada ao carrossel.

A morte sempre deixa perguntas sem respostas, um mistério entre a terra e o céu, inexplicável, indecifrável.
E eu vejo a morte e a vida como um carrossel, um movimente de rotação da terra, que gira em torno de nós mesmos, com consequências atribuídas a nossas próprias escolhas.
Tal qual a folha que o vento leva e que se perde e não mais retorna, assim são os atos impensados, depois de praticados mesmo arrependidos, nada será como antes.
Livre de religiões, se crerdes de todo o coração, que o ser humano é absoluto em sua perfeição, mas imperfeito no tocante aos sentimentos, verás que todos já erraram e que sua quota já foi debitada na conta.
É como se fossemos uma balança se não contrabalançar nossas ações seremos cobrados além, então por isto comparo vida e morte ao carrossel, nossas ações nosso pagamento.
Não há ninguém a não ser nós mesmos responsáveis por nossos atos, se crê em Deus saberá que ele sempre perdoa e é misericordioso, mas não tente atribuir a Ele a culpa do que estás sofrendo.
Eu como ser humano falho que sou, estou longe de não falhar, ou querer o dedo apontar, pois o tempo nos é professor e a vida a escola de qual não podemos fugir.

Muitos hoje vivem em sofrimento a perguntarem-se:_ O que fiz a Deus para merecer isto? Examine seu coração, ninguém é julgador de ninguém, perdoe-se e comece a praticar o bem.
Jussara Rocha Souza

Um colóquio entre eu e o tempo

Puxei a cadeira do tempo, e tivemos um colóquio daqueles que não pode haver mentiras.
Falei da velhice que já se achegava, lembrei dos que partiram, coloquei em dia memórias e histórias que nem lembrava que ainda sabia.
Abri o álbum do coração e nele estavam meus pais, primos e irmãos, amigos que por aqui já passaram, que aqui ficaram e outros que o tempo levou e o coração guardou.
Realmente conversar com o senhor tempo trás muitas lembranças, sorrisos, lágrimas e aquele amor de infância, quem não teve seu primeiro amor?
Cheguei bem ao pé do ouvido e murmurei aquele segredo que foi por ele mantido, o tempo companheiro, curador de tantas dores, o tempo implacável, memorável, justificável, será?
Mas voltamos ao colóquio,  pedi ao tempo que maneirasse no frio, pois meus ossos se fazem arredio e assim como meus cabelos os campos branquearam de neve e minhas mãos já não mais escrevem.
Meu pedido feito, o tempo me olha meio contra feito, mas promete ir devagar, para que dele eu possa muita conversa ainda escutar.
Jussara Rocha Souza.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

A paixão que preciso



Nas flores do meu jardim,
Encontrei as mais belas lições...
Neste lugar lugar vivo sentidas emoções,
No desabrochar das flores, cobertas pelo branco da geada...
Me deixam boquiaberta diante de tanta graça alcançada,
O direito que ganhei de olhos ter para ver, as paisagens maravilhosas, que Ele me deu a conhecer...
Quando o sol se levanta e a passarada começa a cantar,o meu jardim se encanta e a vida começa a acordar,
Pequena diante de tanta beleza, começo a chorar, descubro neste instante que pela a natureza um poeta também pode se apaixonar.

Jussara Rocha Souza

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Seja luz


E se de repente tudo fosse escuridão,
Não existissem mais sorrisos e todos olhares fossem tristes...
O mau prevalecesse sobre o bem, e não houvesse mais flores nos jardins de ninguém,
Se o amor virasse ódio, e as guerras virassem rotina, um corpo a cada esquina...
Se a criança antes tão angelical passasse a ser um mensageiro do mal,
As árvores secas, natureza morta, a vida de forma torta...
E se o ladrão chegasse na madrugada e roubasse todos os teus sentidos e deles ficasse desprovido,
Ilumine o caminho por onde passar, espalhe calor, gentilezas,
O mundo precisa de corações abertos, olhares bondosos e sorrisos largos...
O mundo precisa de compaixão, gratidão e empatia,
Seja você a única estrela no escuro da noite, abra portas, janelas, clarabóia, deixe a claridade entrar...
Não seja o algoz de sua própria vida,
Seja luz...

terça-feira, 18 de junho de 2019

Desabrochar

O sonho acordou o instinto de menina, afligiu sua mente, agitou seu coração.
A lágrima correu na face que a mão rápida limpou como se fossem ler o que esta significava.
Era o mundo desabrochando em suas mãos, tremendo suas pernas, queimando nas noites insones de lençóis molhados.
Não se desespere não, acabas de conhecer a senhora paixão,  voluptuosa, ardente e por vezes traiçoeira.
Ainda ontem brincava de bonecas hoje vive absorta em seus devaneios, rosto de anjo com pensamentos de demônios, morre de medo que vejam em teu rosto corado o que nele se tem passado.
Mas não se recrimine, amar não é pecado, é a natureza ensaiando a mulher  no corpo de menina.

Jussara Rocha Souza.

Déboutonner


Le rêve a réveillé l'instinct d'une fille, a affolé son esprit, a remué son cœur.
La larme coula sur le visage que la main rapide éclaircit comme pour lire ce que cela voulait dire.
C’était le monde qui se déroulait entre ses mains, tremblait de ses jambes, brûlait dans les nuits blanches de draps mouillés.
Ne désespérez pas non, vous venez de rencontrer la dame passion, voluptueuse, ardente et parfois perfide.
Même hier, elle a joué avec des poupées, elle vit dans ses rêveries, elle est le visage d’un ange avec les pensées des diables, elle meurt de peur de voir dans son visage la couleur de ce qui lui est passé.

Mais ne vous reprochez pas, l'amour n'est pas un péché, c'est la nature qui répète la femme dans le corps de la fille.


Jussara Rocha Souza.