terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O P do povo do Brasil

O palhaço sobe ao palco,
Encurvado, pigarrea, tenta uma impostação...
Mas lhe falta a inspiração, o grito na garganta, o soluço a muito sufocou...
Também lhe falta a alegria tão típica do palhaço,
Todas as noites as cortinas se abrem e o espetáculo se repete...
São dores da escuridão, poesias de violência e podridão,
Mas me diz: como o palhaço pode ser feliz?
Vendo este país por um tris, a ferida pustulenta que queima e deixa cicatriz...
O que fizeram conosco? Como permitimos que nos gerassem no ventre tamanho desgosto?
Será que foi acomodação, ilusão, prostração?
São tantas mentiras, usurpação de quem sabia o que fazia, e de nós, ria e se comprazia...
Hoje o espetáculo desvendou o que as cortinas ocultavam,
Pobre palhaço, cadê tua inocência, nesta guerra de poderes te roubaram até tua decência.

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