domingo, 17 de maio de 2020

Baixou a cabeça
E deixou que as lágrimas inundassem sua face
Sentia vergonha
De repente viu toda sua nudez exposta
Era a filha perfeita, a moça perfeita
Todos elogiavam sua conduta
Quantas vezes apontou o dedo
Esquecera que nada fica oculto?
Não era o ato em si que a deixava envergonhada
Era a mentira que construiu sobre si
Era ser o que nunca foi
Tinha medos sim
Tinha dores sim
Tinha vontades
Tinha tudo aquilo que achava ser errado
Mas que tanto gostava
Hoje sua nudez foi exposta
Não a nudez do corpo
Mas a da alma
Baixa a cabeça em direção ao ventre
Lágrimas descem copiosamente
Pobre menina
Que pensou enganar o mundo
E enganou a si mesma somente.

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