Tenho medo de minha insanidade
Esta que me liberta
Me corta arreios
E livra dos freios
É a mesma que me destrói
Quando sou oposto
Que a sociedade constrói
Tenho medo de não saber quem eu sou
De dançar nua na chuva
Porque um dia a vida me sufocou
Com dogmas, preconceitos
Falta de direitos
Fui tudo que me permitiram
Tudo que me proibiram
A cabeça lutou, lutou
Enfim cansou
Hoje usa a insanidade
Para a própria liberdade
Mas ainda existe a sociedade
A falta de sensibilidade
O deixar de produzir
De construir
Pobre mente
Continua prisioneira
Ontem da sociedade
Hoje da insanidade
Jussara Rocha Souza
Eis-me aqui
Linda, louca
Tresloucada
Pés no chão
Corpo nu
Na loucura não preciso de vestes
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A música é composta por mim
Batom carmim
Danças esvoaçantes
Não há lucidez
Mas há doçura no olhar
De alguém que se perdeu
Tentando se encontrar
A velhice me jogou
Do esquecimento
A tortura de não saber mais quem sou
O que fui não importa mais pra ninguém
Sou estorvo
Atrapalho
Eis-me aqui
Linda, louca
Tresloucada
Esquecida
Em um canto qualquer
Até chegar ao jazigo!
Jussara Rocha Souza
( Um dia todos ficaremos velhos, que você tenha a sorte de ter mente e corpo sãos ou contar com pessoas que te amam, pois caso contrário será esquecido em um canto qualquer.)
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