segunda-feira, 3 de outubro de 2011

HOLOCAUSTO



Calada, vi minha pele ser rasgada!
Os gritos eram abafados pelo terror e o medo constante de morrer.
Ali fiquei enquanto o sangue escorria por entre minhas coxas.
Soube naquele dia que jamais seria a mesma.
Um torpor tomava conta de mim agora, o que estava por vir?
Quem seria meu próximo algoz? Não seria melhor morrer?
Com o corpo mutilado, sofria sem descanso.
Queria poder dormir, quem sabe sonhar, mas tinha medo...
Tremores sacudiam meu corpo, fraco dos maus tratos e pela fome!
Vivia momentos de tamanha agonia, a febre aumentava e vinham os delírios...
A mesa farta, a família, meu amor primeiro.
Ouço gritos, passos fortes, cada vez mais perto.
Um frio percorreu meu ser, seria o fim da guerra?
Num esforço sobre humano tento me erguer, estico minhas mãos ossudas.
Mas o que ouço me atinge certeiro: - Hora do chuveiro!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu senti a absolvição do texto, consegui visualizar cada detalhe. Cada momentos , as agonias vivida, e o final.Parabéns pelo texto, obrigada pela leitura.Um abraço !

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