Somos algozes
De alguém
De nós mesmos
Ou do que presenciamos
Estamos presos
Por um passado
Indefesos
Refazendo seus passos
Sou o retrato
De quem morreu
Vivo
E daquele que faleceu
Crianças
Carregam dores
Trazem na lembrança
Passados ferozes
Pássaros em gaiolas
Escutam os outros a cantar
Jogam bola
Em seu sonhar
Mas o menino
Por trás das grades
Pedia socorro
De sua inconformidade
Com lágrimas
Ela o via
As grades
Eram a gaiola
Para ele
De socorro
Para ela
Seu salvar
A agonia de uma prisão
Perpétua nos corações
Une mãe e filho
Em suas recordações
Curar as chagas é preciso
Libertar a criatura
Quebrar as correntes
Ser pássaro livre
Cantar, cantar, cantar...
Jussara Rocha Souza
A meu menino com muito amor
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