quinta-feira, 21 de julho de 2022

Amarelo

 




 Eu sou uma admiradora das belezas da natureza, vejo nelas falas, cantos e encantos que me enchem os olhos. E o amarelo das flores e folhas são minhas preferidas, curam feridas, trazem esperanças e convidam-me a dançar. Foi nos girassóis de Van Gogh que me apaixonei pelas pinturas e foi no belo jardim de girassóis que senti as maiores emoções de Caio Fernando Abreu. Senti o escuro da noite, banhada de lágrimas e o escorrer das manhãs de outono nas folhas amarelas coladas a janela. Hoje caminho pelos campos de girassóis, converso com o meu amigo e tento assim entender as suas angústias e por vezes parecem as minhas, então ouço a sua sinfonia em meio ao céu estrelado. Volto ao jardim e concedo-me o direito de amar-te, nas folhas amarelas do teu caderno de versos, abraço-te, você foi-se e não mudou muitas coisas por aqui, ainda se fala de guerras, não só a terrível guerra das armas e bombas. As íntimas também estão a matar, com seu preconceito e preceitos que trazem solidão e dor. Então você olha-me, doce, terno e diz-me. Calma, não será eterno. Lembro que girassóis sempre apontam em direção ao sol, talvez eles queiram nos falar de calor, amor e dizer que ainda há esperanças. Que outros como eu enxergara a beleza e a dor no amarelo das suas flores, mas que amaram, amaram tanto que transformam o seu amor em telas e versos. E eu sou grata por vocês ensinarem-me tanto, com amor Van e Caio! 


Jussara Rocha Souza

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