Crianças dormem nas ruas
Tendo o teto de estrelas como suas
O agasalho seus próprios corpos
Braços juntos embalam os mortos
Dorme criança
Dizem que da pátria és esperança
No entanto dormes ao relento
Sem teto
Sem alento
Qual é tua pátria menino
Nem meu nome assino
Nasci na calçada
No meio de uma bocada
Meus irmãos é o mundo
Neles me confundo
Aqui todos são iguais
Nem menos ou mais
Pés descalços
Lembram percalços
Somos homens crianças
Com medo
E sem esperanças
Mas tenho muitas riquezas
Todas dadas por Deus
Sou dono da noite
Do dia
Das estrelas
Do sol e da lua
Sou proprietário majoritário
Da mãe natureza
Jussara Rocha Souza
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