domingo, 25 de setembro de 2022

Meninos




Crianças dormem nas ruas

Tendo o teto de estrelas como suas

O agasalho seus próprios corpos

Braços juntos embalam os mortos

Dorme criança

Dizem que da pátria és esperança

No entanto dormes ao relento

Sem teto

Sem alento

Qual é tua pátria menino

Nem meu nome assino

Nasci na calçada

No meio de uma bocada

Meus irmãos é o mundo

Neles me confundo

Aqui todos são iguais

Nem menos ou mais

Pés descalços

Lembram percalços

Somos homens crianças 

Com medo

E sem esperanças

Mas tenho muitas riquezas

Todas dadas por Deus

Sou dono da noite

Do dia

Das estrelas

Do sol e da lua

Sou proprietário majoritário

Da mãe natureza


Jussara Rocha Souza

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