quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Saudades é conversa animada

 



Queria que estivesses aqui

Com este sorriso bobo de guri

Quero te contar que ainda resisto 

A luta é brava, mas insisto


Hoje tocou a nossa música 

Dancei de forma lúdica 

Enlaçada no porta retrato 

Deslizei em teus braços 


Saudades é conversa animada

Entre a ausência, você e o passado

Entremeios choros e recordações 

Um turbilhão de sensações 


É chuva que não cessa

O amor que não mais regressa

É você que não vai mais voltar

É a saudade a me acompanhar 


O coração resiste

Mesmo sendo triste

Venha vamos dançar 

Enquanto houver música e poesia

Não haverá morte e nem dor 

Só a lembrança deste nosso amor


Jussara Rocha Souza

Paz

 Acrílico sobre madeira 


Deserto

 Acrílico sobre madeira 


Sozinha




Eu vivo a solidão dos ausentes

Daqueles que tudo sentem 

Do amor não realizado

Da canção inacabada


A solidão da rua deserta

Do beijo na hora incerta

Das vontades reprimidas

Das dores tão sofridas


A solidão das noites insones

Dos bares, amigos anônimos 

Do choro e o riso

Do desequilíbrio convulsivo


Eu vivo a minha solidão 

Do interior de meu coração 

Repletos de segredos guardados

Escritos em tristes versos


A solidão das mariposas

A mesma de muitas esposas

É um só na solidão 

É a solidão em meio a multidão 


A noite se despede

A lua então adormece

A solidão me abraça 

E o olhar embaça 


Então começa um novo dia!


Jussara Rocha Souza

Almoço de domingo (drama)



Era um domingo como todos os outros, levantou no horário habitual, fez a higiene, tomou o café e foi para a lida doméstica.

Ia tirar o pijama antes, mas pensou: não vem ninguém estranho aqui mesmo e prosseguiu.

Colocou roupa no varal, fez o almoço e sentada a beira da mesa no seu tradicional almoço de domingo, começou a rir alto, cada vez mais alto.

Um silêncio sepulcral se fez, os filhos que riam, bebiam, comiam e falavam entre si, calaram.

O marido sempre compenetrado em suas conversas sobre carros e outras modalidades esportivas, branco como papel olhava para a mulher fora de si.

Ela levantou e de repente perguntou? Alguém vai querer sobremesa? Todos responderam que sim e a balbúrdia voltara em volta da mesa.

A mulher então levantou, caminhou até o meio da cozinha, enfiou a mão no bolso do avental, tirou uma arma e deu um tiro na cabeça!


Jussara Rocha Souza