quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O grito


 O grito


Calei tanto que emudeci, parecia normal não ter voz.

Era amada por todos...

Mas dentro de mim haviam dores, muitas delas inenarráveis, cruéis. 

Meus olhos então sangraram e a voz presa se fez ouvida...

Eu gritei tanto, mais tanto que pensaram que tinha enlouquecido. Era um grito de décadas de subserviência, de anulação. 

Hoje muitos dizem que não sou mais a mesma, não compreendem como posso ter mudado tanto.

Eu era "amada" porque era conveniente para eles e para estes não me interessa mais o que sentem e pensam de mim.

Afinal se Deus me deu a voz é para falar e que sirva para falar de Liberdade!

Jussara Rocha Souza 

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