segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Feliz ano novo velho coração de guerra


 Primeira de 2021




Ontem enquanto viajava vi da beira da estrada um chalé bem humilde com luzes bem fracas acesas e a porta aberta.

Já era noite e só a tênue luz iluminava o humilde casebre a beira da estrada.

Ficava no campo e parecia destoar em meio a imensidão de verde a sua volta, pensei: como alguém mora no meio do nada e fiquei me imaginando naquele lugar.

Eu que sou tão urbana, mesmo em sintonia com a natureza mas tão urbana. Da faixa via uma mulher em seus afazeres e me bateu uma vontade de ir lá e conversar, saber o que a levou aquele lugar, como lidava com a solidão e falta de comunicação. 

Então imaginei uma mulher de fibra, desbravadora de sua terra, que ama sua história e dela faz sua felicidade. Preferi assim,  hoje não quero histórias tristes.

Segui a viagem agora com a mente de escritor mais aguçada tentando reescrever a história dos passantes da estrada.

 Logo em seguida me deparo com a casa de pedras, esculpida em meio a uma pedreira, perplexa diante de tanta beleza, me vi encantada. Imaginei seu interior e seus moradores, já iluminei seus salões e te tirei para dançar. 

Casa de pedras irás morar em minha memória, e sabe lá Deus quantas histórias em ti viverei.

Encantada e meio melancólica senti desejo de viver um amor arrebatador da qual imaginei no interior da casa de pedras.

Mas eis que meu caminho ainda não estava completo e a viagem me iria apresentar mais algumas emoções e coração de poeta as vive com intensidade. Logo a seguir uma lebre nos faz uma visita e ainda nos acompanhou em um trajeto ao lado carro, em um dia anterior tinha sido uma borboleta de um laranja tão forte que ofuscava a visão.  

A borboleta voava ao lado do carro e no final do caminho a beira de um arroio, tinha um santuário delas, amarelas, laranjas e eu boba gritava, obrigada meu Deus, obrigada e chorei.

Toda viagem tem percalços, ainda mais com criança e um carro bom de motor mas já velhinho, também tem estradas ruins, acidentes no caminho e cenas bem deprimentes. 

Mas hoje não quero tristezas, enfim parei em um campo de hortênsias, imaginem minha alegria e excitação, não consigo descrever meus sentimentos. Estou em êxtase até agora, você acha pouco? Para mim é o paraíso na terra, amo flores, amo hortênsias, se chegares hoje em minha casa, meus vasos iluminam meus cômodos de hortênsias azuis dando vida e romantismo a meu lar.

Não queria sair dali mas precisava voltar, enfim de volta a realidade, a vida urbana e ao meu cotidiano.

Feliz ano novo meu velho coração de guerra, abastecido de emoções e histórias vamos viver mais um ano carregadinho de sonhos na memória. 


Senhora Smith

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