terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Crônica da saudade

 



Era noite, sentei no quintal e fiquei observando a lua cheia, lua dos apaixonados, que muitas vezes me inspirou poemas e versos.

Fiquei a namorar o passado, você veio sentou ao meu lado e tocou minhas mãos que se entrelaçaram as suas.

Ficamos em silêncio, apenas sentindo o respirar um do outro, então tocou a canção, encostei a cabeça em seu peito e sentindo teu cheiro me deixei levar, éramos então um só coração.

Caminho a décadas contigo, mesmo quando o teu corpo foi embora, tua mão continuava com a minha, de vez enquanto me visitas em sonho e acordo sempre mais apaixonada.

Hoje sentada neste quintal, o coração apertadinho de saudades, data daquele 5 de dezembro, dia de tua partida, não abro os olhos, tenho medo de que não estejas aqui.

Para muitos pode parecer loucura, para mim é a saudade que vem me visitar e dizer, ainda estamos juntos, ainda estou aqui.

Tu vives em mim, nas noites enluaradas, no amor feito de madrugada, na vida tão compartilhada, neste teu olhar que me deixa trêmula, na boca que me beija inteira, no amor que jamais irá morrer.

Os raios de sol começam a aparecer, secam docemente a lágrima que agora cai, até breve amor, ainda há de existir muitas luas cheias, canções e bancos de jardim, para que mesmo em saudade una você a mim.


Jussara Rocha Souza

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