quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Crônica ao tempo



Os anos foram passando, com eles os sonhos, planos, família, a felicidade que nos sorri radiante, a tristeza que fere operante.

O tempo não para, não aguarda, mas tem gente parada no tempo, não segue o tempo a contento, mas há fatos e fatores que os obrigaram a isto e a nós cabe a compreensão e o alento 

Já quis agarrar o tempo nas mãos, segurar emoções, pedi pra ele parar alí para que aquele momento não fugisse de mim, ledo engano o meu, o tempo não pode ser segurado, é para ser vivido, tem que ser continuado.

E assim os anos foram passando, e o mundo nos exigindo, ora o cabelo, o trabalho, a sociedade, a escola, os filhos, ontem quis parar o tempo, hoje quero segurar o tempo, há horas que peço que passe rápido.

Tem dias que vejo o tempo através da vidraça, movimento estudantil, passeata, a busca de liberdade, a busca por saciedade, o sexual e o sentimental, confusão, revoltas, lutas, glórias e inglórias. Estes tempos me enchem de risos nos olhos e dores de alguma coisa que se perdeu, ficou lá atrás daquela esquina que nunca mais voltou...

Mas ele, o tempo, é implacável, e não dá trégua, hoje queria que fosse ontem, queria buscar o que ficou lá atrás, queria trazer para a vida quem embarcou no trem da partida, mas o tempo não volta, preciso aproveitar mais o tempo, cabelos ao vento, andar descalça, abraços apertados, beijos demorados.

Preciso abraçar o tempo e aproveitar dele cada segundo, antes que como poeira se esvaia ao vento.

Preciso ver você, contar mais histórias aos netos, sair com amigos, ser avó e ser mulher, ser mãe e ser a diva, cada tempo com seu tempo, viva, preciso ser o que eu quiser, porque o tempo minha amiga, não espera e o tempo é agora.


"O tempo não para, não para não"

Cazuza


Jussara Rocha Souza

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