sexta-feira, 19 de abril de 2024

Borralheira eu?

 



Durante a vida toda fui borralheira, hoje uso as cinzas que uma dia vestiam meu corpo para nunca esquecer de onde vim.

Mas nunca mais serei a borralheira, hoje sou a princesa do meu castelo interior, me visto de princesa com meus melhores vestidos, bondade, respeito, amor e dignidade.

Meu castelo está meio arruinado por fora, mas por dentro é exuberante e festivo, recebe as melhores visitas, amigos sinceros, sentimentos puros, contém algumas dores e quem não tem? Mas carrega muitos amores.

Borralheira eu? Não, uma princesa de pés descalços, mãos sujas de tintas, olhar de contos de fadas e um coração transbordando de gratidão!

Um dia alguém me fez borralheira e disto não me envergonho, me envergonho sim de quem se vendeu para ser princesa, hoje posso dizer que meus joelhos marcados de lavar chão me transformaram em canção que hoje as dedico a todos em forma de poesia!


Jussara Rocha Souza

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