sábado, 1 de junho de 2024

Aquilo que guardo em mim

 



Um dia talvez eu volte 

conto só com a sorte 

ao longe a plantação de trigo

aqui o som dos trilhos


não prometi voltar

pois não a quero a esperar 

talvez volte um corpo

talvez nem corpo tenha o morto


levo a imagem dela

cabelos revoltos na janela

a mala não foi feita

bagagem só da alma desfeita


na memória a canção (alucinação)

amor feito com necessidade e loucura

com gosto de despedida 

sem rosto, promessa ou vida


coloco o disco na vitrola(que canta minha revolta)

o fumo, os dedos enrola

na fumaça vejo teu rosto 

que sorvo com rosto 


ainda te espero 

ainda te quero 

na rua da Consolação 

ficou perdido meu coração


Preparo um gim

E bebo tudo aquilo que guardo em mim!


Jussara Rocha Souza

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