Esta tristeza no olhar
Vazante de um rio correndo para o mar
Foi ali na esquina da Misericórdia
Diante de tua covardia
Que ela o viu partir
O cargueiro no horizonte a sumir
Então escondida
De ti tão sofrida
Agarrada na pilastra
Chorando a vida madrasta
De bucho cheio
E o pai no estrangeiro
A noite no cais
Bebe, para esquecer os ais
A vida precisa ser feita
O 'mal' desfeito
Engole o tal amargo
Revirando o âmago
O sangue brota revindicando
A vida a terra misturando
Lança um último olhar ao mar
As lágrimas a brotar
Foi melhor assim
Diz para si a infeliz
Arregaça a saia
Deixa que a coxa sobressaia
A esquina a espera
Engole o choro e com sangue a vida tempera!
Jussara Rocha Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário