terça-feira, 29 de outubro de 2024

Não fui preparada para a morte

 Não fui preparada para a morte



Eis-me aqui

A ferida aberta

Da noite escura

De terrores descoberta


Eis-me aqui

Ferida cicatrizada

Nunca esquecida

De dores supurada


São versos doídos 

Do medo construído 

Da dor da impunidade

De quem bate e é absolvido 


Sou náufrago 

Resgatado do mais profundo oceano

De águas escuras e lamacenta

Que extinguiram minha essência 


Fui então presa

De abominável criatura

Matou a vida, doente

Roubou minha doçura 


Me dizem para esquecer

Como? se a ferida sangra

E o sangue ainda sinto escorrer

Desculpe, se não quero ser forte


Não fui preparada para a morte!


Jussara Rocha Souza

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