Não fui preparada para a morte
Eis-me aqui
A ferida aberta
Da noite escura
De terrores descoberta
Eis-me aqui
Ferida cicatrizada
Nunca esquecida
De dores supurada
São versos doídos
Do medo construído
Da dor da impunidade
De quem bate e é absolvido
Sou náufrago
Resgatado do mais profundo oceano
De águas escuras e lamacenta
Que extinguiram minha essência
Fui então presa
De abominável criatura
Matou a vida, doente
Roubou minha doçura
Me dizem para esquecer
Como? se a ferida sangra
E o sangue ainda sinto escorrer
Desculpe, se não quero ser forte
Não fui preparada para a morte!
Jussara Rocha Souza
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