quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Pelas ruas da Cidade Nova nas memórias da minha juventude




Como faz bem lembrar os tempos de mocidade. Nada tem a ver com idade, é sensibilidade, romantismo e frescor de viver. Hoje até os erros viraram saudade, namoros escondidos, o brilho do olhar, eu passeava pelas ruas da Cidade Nova levando alegria nos passos, sonhava em viajar pelo mundo, estudar e ser muito feliz. A vida não era fácil naqueles tempos, mas eu lutava por ela como uma leoa, eu queria ser feliz. Dona da palavra kkk brigava por meus ideais e pelo que acreditava ser o certo. Eu hoje mudei muito, às vezes as lições são fortes por demais e os "professores" muito cruéis, acabam por nos calar, mas tem sempre um papel e uma caneta para nos expressar. Mas voltamos aos tempos de juventude, tudo era motivo de rebeldia, e também de flertes e conversas animadas com a minha irmã e primas. Fui criada por pais rígidos e tudo me era proibido, então tudo era feito escondido, o meu pai era da direita e eu mesmo sem entender muito de política para lhe contrariar era da esquerda e daí peguei gosto pelos comissios nos palanques da cidade, um dia na mesa na hora do almoço falei em alto e bom som: — Ele vai voltar! Apanhei uma tapa no rosto de sangrar e fiquei sem almoço. Até hoje lembro da cara de fúria do meu pai e do meu avô que achava que mulher devia votar em quem o marido votasse. Enfim sem mais delongas eu era uma jovem rebelde, mas era muito feliz e dentro do meu pequeno limitado mundo existia um universo de pensamentos e esperanças. Nunca pude ir a uma festa ou baile, os meus pais não permitiam, mas dancei nos bailinhos à tarde nas escolas Presidente Vargas e Revocata de Melo de onde o meu pai me tirou várias vezes pelos cabelos, fiz muitos amigos que continuam até hoje na minha vida. Continuo morando na minha amada Cidade Nova, e daqui tenho muitas histórias a contar, desde a minha juventude entre Primeiro de Maio e nas ruas da DomPedro I e arredores, a missa aos domingos nos Salesianos para assistir ao cinema(hoje por ironia moro na frente dos Salesianos), encontrar o meu primeiro amor, que trabalhava no calçamento e que o meu pai proibiu o namoro, pois dizia que ele era Marcelino pão e vinho kkk Antônio, por onde será que andas. Esta é uma crônica da saudade, saudade de quem um dia fui, mas podes ter certeza esta moça continua viva aqui dentro de mim. Qualquer dia destes volto a contar das minhas andanças pelas ruas da minha Cidade Nova. 


Jussara Rocha Souza

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