terça-feira, 4 de julho de 2023

Renascimento




Haviam muitas teias

Cobrindo o brilho do seu olhar

Devagar retirou as meias

Finas, transparentes, deixou se mostrar


Na realidade eram seus olhos

Que não queriam ver

Haviam ferrolhos

Em seu ser


Enquanto se despia

Um calafrio na espinha

A teia se desfazia

E a mulher renascia


Há muito não se olhava

Quase não se reconhecia

A lágrima então molhava

A pele da menina recém nascida!


Jussara Rocha Souza

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