terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Uma canção ao vento


 É este vento que insiste a murmurar canções de amor em minha janela, trazendo você de volta, fazendo com que a magia aconteça.

Não posso deixar este lugar, tão pouco negar que você existiu, há um jardim que não me deixa ir, um amor que nunca morreu que brinca em meu íntimo fingindo que não sou eu.

Haverá outra bocas, fingindo felicidades, outros corpos brincando de paixões, inventando emoções, tentando ludibriar saudades,necessidades.

Mas cada boca que beijo é a sua que desejo, não há liberdade para um coração aprisionado por um amor inacabado.Volto para casa, te procuro pelos cômodos vazios, lembro que você partiu em uma tarde de frio, deixando vazio também meu coração, levando contigo minha alma, ficaram então as flores, o jardim e o velho pé de jasmim.

Ficou o gosto de teu beijo em minha boca, o cheiro em minha roupa e este calor na pele que pede e impele a te querer.

Sei que haverá outras bocas, outros corpos, mas sempre voltarei para você, para este jardim e recordações.

Abrirei a janela e vou pedir ao vento que venha cantar, estou morrendo de saudades, preciso que a magia aconteça para que não mais me entristeça. 

Jussara Rocha Souza 


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