sábado, 4 de fevereiro de 2023

Prosa poética


 


Ela precisava ser amada, tinha fome de vida, romance e emoção.

Não havia nada nela mais importante que o seu coração, sonhava acordada, mandava cartas apaixonadas, seus olhos brilhavam ao lembrar que estava enamorada. Mas a vida não era bem assim, romances também tem fim, mas não queria acreditar, precisava de amar, juras de amor era seu forte, não interessava o lugar, seu amor ia buscar, seja sul ou o norte, com ele iria estar.

Ficava horas a suspirar vendo filmes de amor, torcia pelo casal romântico, sorria sozinha e chorava sem parar quando o filme estava a terminar, era uma romântica incurável, diferente das outras mocinhas do lugar, era intensa, imensa em sentimentos e desejos,  mas lhe faltava o namorado, o dito cujo tão esperado, na janela a suspirar esperava ele passar, arruma o cabelo, ensaia o sorriso, caras e bocas, enfim ele aparece, fica louca, ele a olha de soslaio e o olhar lhe abate certeiro o coração.

O cabra safado, casado, viu a chance de dar o bote, então a moça apaixonada, com ele se envolveu, sua pureza perdeu, não entende porque ele desapareceu, ainda suspira pelos cantos, deseja ser amada, o coração é seu dono e embora não seja mais tão ingênua, abraça-se nua, e a noite sai às ruas e em meio a noites sem lua se dá ao amor por inteiro no puteiro.


Jussara Rocha Souza 


" A única coisa que me dói de morrer é que não seja de amor"

Gabriel Garcia Marques



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