terça-feira, 14 de maio de 2019

Não fui eu que roubei teu lar



O dia vestiu-se de cinza,
Quis ele que suas dores fossem levadas pela chuva que caía,
O vento impiedoso sopra uma canção de dor e saudade...
E então o horizonte se cobre de negro e em toda sua fúria craveja pedras por toda cidade,
O homem olha ao céu e não consegue entender o porquê de tanta revolta,
Cheio de dor chora, berra, implora....
Esbraveja ao ver destruída toda uma vida - Não me peçam sentimentos ou nobreza, não há piedade, não me venham falar em religiões ou orações.
Então a chuva veio em sua defesa e ao desolado homem perguntou?
- Achas justo quando tuas máquinas entram em nossas matas e destroem
a natureza?
Passando por cima de nossos animais, transformando em cimento florestas inteiras?  Quando por ganância agem com ignorância sem se importar com a dor alheia?
Dejetos, móveis, esgoto descendo no rio, matando cardumes, contaminam água, a terra, agrotóxico, prédios, construções, uma desabalada corrida rumo as destruições.
Você culpa a natureza, é dela que vem o teu alimento, o ar que respiras e até do que teus olhos desfrutam diante de tanta beleza,
Compreendo teu sofrimento e a ele não sou indiferente, como meu nome já diz, sou natural e o material só pode ser como complemento, nunca como alimento.
A mim não tens como me deter, mas ainda há tempo, se fizer da natureza teu aliado e não teu tormento.
A chuva se retira, envergonhado o homem começa juntar o que sobrou, uma andorinha pousa nos destroços, desolado ele olha o pássaro e pensa _Quem foi que a nosso lar roubou?

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